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iam surgindo conversas contraditórias e, também, as cheias de
encantos, alcançando cada vez mais ouvidos de gente dedicada à
política. E era através da política (ou arremedos dela) que as
mulheres romanas entendiam que seus maridos conseguiriam galgar
altas posições - aqueles patamares indiscutíveis de “sonhos de
grandeza” - com os quais não deixavam de compactuar.
Muito poucas as que se preocupavam com os feitos de Joshua, ou
que se dispunham a analisar que, por ali, estava chegando uma
sementeira bastante diferente. Mas havia exceções, é claro. E
também iam surgindo matronas que preferiam entregar sua
contribuição, no fato de tentarem evitar as rudes perseguições contra
aqueles “tristes e desventurados cristãos que, antes mesmo de iniciar
o combate, já se viram lançados no solo pela morte de seu
representante maior” – assim é que analisavam. Para essas, a
supremacia de Roma era inevitável. De qualquer forma, pelo menos
escolhiam o caminho da não-violência. Preferiam manter o status
quo (se não elevá-lo) e passar de lado pela brisa que vinha,
indiretamente, da boca de Joshua.
A esse último grupo pertenciam as amigas de Aurélia que moravam
em Roma. Aurélia enviou para duas delas um bilhete, avisando-lhes
que passava uns tempos na propriedade de Orígenes com Otávia.
Poucos dias após, foi visitada por Júlia, acompanhada de uma
enteada. Pela boca de Júlia, Aurélia ficou sabendo o sucedido com a
amiga em comum, a quem Aurélia havia enviado também um
convite, mas que não comparecera - Lélia.
Lélia havia cedido aos ensinamentos dos divulgadores da mensagem
de Joshua. O marido, um importante senador romano, temendo ser
ridicularizado por seus amigos, exilou-a para bem longe, em
companhia de alguns poucos escravos e o filhinho paralítico.
A desventura de Lélia passava de boca em boca. Era a primeira
entre as amigas de Aurélia que não se havia ocultado e aceitava
plenamente a nova seita.
Paradoxalmente, o infortúnio de Lélia serviu para a ampliação da
serenidade de Aurélia. Se aquela amiga, dona de grande fortuna e
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