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tapete do chão, tecido por ela com grande habilidade, e um outro
menor, colocado numa das paredes da caverna.
Querendo participar da conversa, Cornélia comentou:
- Eu já vivi também, um dia, em uma caverna. Mas as minhas
pernas eram fortes e eu fugi.
- Então foi bom você ter sido trazida para cá de novo, não pensa
assim? Teve pernas para acompanhar o Rabi. Cornélia percebeu que
ela falava convicta, que ela lia na alma humana.
Débora pediu, timidamente:
- Fale-nos mais do Yohanan. O que ele era mais, além de vaidoso?
- Um grande homem, um gigante - Débora ouviu de um senhor que
adentrava a caverna naquele instante.
Ele possuía um rosto angular, nem parecia judeu. Disse o seu nome
- Simeão. Aproximou-se de Nathanael, apertou-lhe demoradamente
a mão, depois a de Nathan e, dele, se queixou: - Demorou a vir! Não
sabe quantas vezes encerei a tábua que o conduziu até aqui em cima,
na esperança de revê-lo e recebê-lo condignamente.
Nathan encabulou-se, mas assegurou:
- Sua amizade é que nos favorece, Simeão. E também seus cuidados
com essa nossa querida anciã.
- Como está Qumran? - quis saber Simeão.
- Acho que só vou lhe passar notícias de minha comunidade, depois
que você entregar à minha amiga Débora notícias de Yohanan,
conforme ela acaba de pedir.
Mas a velhinha convocou Cornélia:
- Leve-me para o meu leito. Quero repousar um pouco.
Já deitada, Thirza segredou no ouvido de Cornélia:
- Será que você é a mulher que seguiu o Rabi e que esteve perto dele
até na cruz? Você não acha que isto já devia estar escrito nas
estrelas? Ela devia ser amiga dele, não pensa como eu?
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