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Licínio e Fábio tiveram a sorte de sair de Roma numa época em que
dificilmente continuariam a escapar das garras dos executores.
Foram salvos por Lélia, que havia sido aprisionada, mas antes lhes
entregara um salvo-conduto, ao avisar-lhes que se escondessem
urgentemente na adega de Cornélia e, dali, saíssem para outro
território, até que a poeira baixasse.
Hannah partiu para as dimensões desconhecidas exatamente na
época em que Licínio e Fábio acabavam de deixar o "arroio das
gaivotas".
O enterro de Hannah contou com a presença de poucas amigas -
apenas Júlia, Otávia e Cornélia, que já estava se preparando para ir
ao encontro de Nathanael, com Timóteo. Desejava conhecer melhor
Débora e Nathanael, de cujas mãos havia recebido o manuscrito de
Yohanan, que o registrara bem poucos dias antes de ser executado
por ordem de Herodes Antipas. Cornélia já estava ciente de que
fora mesmo Débora que incentivara Nathanael a entregar uma cópia
para ela. Débora era prometida de Nathanael, na época em que
Joshua morrera na cruz.
Na leitura final daquela mensagem, Cornélia havia encontrado um
adendo: um estranho mapa desenhado pelas mãos de Nathanael,
indicando-lhe para onde deveria ir "quando o local de sua casa - que
serviria de alojamento para cristãos - estivesse sendo ameaçado de
invasão". Aquilo tudo lhe comprovava que Nathanael não só havia
previsto o rumo que ela escolheria para colaborar, como também os
acontecimentos nefastos que poderiam alcançá-la. Textualmente,
Nathanael dizia: "Quando intuir que as andorinhas deverão voejar,
encontrará moradia entre os essênios".
Mas Cornélia começava a acreditar que, para ela, a vida ainda
reservava uma longa caminhada.
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