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Onze
A tristeza começava a visitar a casa de Aurélia. Seus dois filhos
muito amados, Fábio e Licínio, tinham sido indicados para um posto
que os afastaria dali para a Roma dos desesperos de Aurélia.
E por que isto?
Já fazia algum tempo que ela se via entregue a pesadelos em
quadros estarrecedores durante o sono. Eram centenas de criaturas
crucificadas, numa extensa Via, que ela, particularmente, distinguia
como pertencente a Roma. Acordava em desespero e fugia para fora
de casa, desejosa de abraçar os filhos e, naqueles momentos, com
um único intento: afastá-los do exército de que tanto se havia
orgulhado.
Até então, Aurélia tinha usufruído da companhia dos filhos, em
suas visitas ou em estadias que a enchiam de satisfação, quando
encontrava pretexto para oferecer festas que entravam pela
madrugada ao som de sorrisos e de músicas.
Seu filho mais velho, Licínio, caladão, sempre demonstrou que
havia de atingir altos cargos, pela pertinácia, retidão e alegria com
que encarava a vida. Destemido, nada o esmorecia. Sua preocupação
maior era com o irmão, de quem tentava equilibrar as passadas,
visto que Fábio era excessivo em bazófias e desaforado ao se ver
diante de situações que considerasse injustas.
A disciplina rígida do exército apenas conseguira colocar Fábio
numa gangorra, porque, se não temia as falas de seus superiores,
esforçava-se para não confrontá-los, mas apenas quando se
lembrava da figura da mãe, a quem adorava. Fábio havia colocado a
mãe num pedestal, mas o afastamento para a distância poderia trocar
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