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Mas sua impressão era que tinha sido recolhida mesmo em enorme
embarcação e conduzida, junto a seus pais e amiguinhas, para uma
outra região.
Dias e noites sua alma procurava o local, na esperança de rever as
águas baixarem, para reencontrar o lar que tanto amava e seu bastão,
que havia ficado sobre os seixos à beira-mar.
O pai de Cornélia era um pastor de ovelhas e as pastagens, dali,
incomparáveis. Ela desconhecia o sentido da palavra medo e os
habitantes do pequeno povoado viviam em perfeita comunhão,
realizando trabalhos braçais, cumpridos ao som de músicas e no
meio de festejos. Aquele povo agricultor oferecia benesses ao Deus
de Todos os Seres.
Ali se conhecia a possibilidade de ligar-se ao Deus - um Deus único
que festejava seus filhos, entregando-lhes a facilidade de contatar o
outro lado da vida. E todos se reconheciam como seres itinerantes,
vindos do espaço para cumprir tarefas em trabalhos de plantações,
em nome do seu Deus.
Desde pequenas, as crianças possuíam a facilidade de se desligar do
corpo físico e deslizar a alma, que se formava como em um par: um
lado do par era o afetivo e o outro, o racional.
Cada criatura tinha a sua preferência por um ou outro lado, mas
todos sabiam, perfeitamente, que só a junção dos dois lhes entregava
a unidade - e que era essa unidade que lhes permitia devassar planos
não avistados pelos olhos terrenos. Como o desejo de conhecer o
indevassável era bem maior do que raciocinar, ou apenas sentir,
aquele povo conseguia a união de 1+1.
Muito, muito cedo, a maioria das crianças alcançava este
desdobramento. Pode-se até dizer que, quando balbuciavam as
primeiras palavras, já visitavam os reinos do desconhecido.
Para os que se dividiam entre a preferência do racional ou do
emocional, havia preparo. Criaturas categorizadas - amoráveis e
racionais - entregavam um bastão para os discípulos dessas escolas.
Havia bastões de cores diversas, segundo a ordem do que
aprenderiam. Os bastões vermelhos simbolizavam a energia, o vigor
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