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mercador que acabam de visitar, ela repetiu), ganhava seu sustento
com artesanato até há pouco tempo. Ela parou, observou o interesse
das três e continuou: - O artesanato de que se ocupava era para
enfeitar os Templos de Roma, os nossos Templos - agora ela falava
com mágoa. Mas ele começou a diminuir sua produção e, aos
questionamentos feitos a ele a esse respeito, apenas respondia: É
chegado o tempo de novas estruturas para Roma. Não passava disso
a resposta dele. Só reforçava que não adornaria mais os Templos.
No entanto - ela prosseguia sem tomar fôlego - a insistência das
pessoas era para que ele continuasse a criar as suas estátuas,
belíssimas, por sinal. Sabem o que ele fez? Saiu pelas ruas de Roma,
conclamando o povo a fazer menos estátuas, menos oferendas, e
tratar de pregar o amor entre os povos.
A matrona Túlia soltou um risinho disfarçado. - Este homem
atrevido acabou sendo trancafiado, como se fosse um arruaceiro
revolucionário. Acontece que ele tinha conhecido o Imperador, para
quem já havia esculpido uma belíssima estátua. E, já no cárcere,
atrevidíssimo, exigiu aos carcereiros que o levassem à presença do
Imperador. Desejava defender-se das ofensas que a ele faziam, visto
que era um escravo liberto, tinha direito de trabalhar para ganho do
próprio sustento e que, por estar em Roma há tanto tempo, já havia
adquirido cidadania.
A narrativa de Túlia não parecia que ia ter fim.
- Os carcereiros até que foram benevolentes com ele - ela opinou. -
Conseguiram que fosse recebido pelo governador - não pelo
Imperador. Este se recusou firmemente a vê-lo. O que se conta,
depois disto, é que o tal artesão, depois dessa conversa com o
governador, foi convidado a fazer parte do exército de Roma e saiu
da prisão.
Ela olhou triunfante para as ouvintes.
Celeste, Hannah e Cornélia, espantadíssimas, observavam aquela
senhora que parecia querer, num único dia, conversar sobre tudo o
que a acabrunhava e a atraía. Mas não entendiam aonde ela queria
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