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disporem a fazer parte de uma organização tão importante quanto
esta - aguardar o Mestre dos Mestres. Têm em mãos a cultura de
outros povos, também, para ler e entender.
- Nós nos interessamos por tudo, Débora - disse Simeão, que não se
mostrava nem um pouco ofendido. - Procuramos nos inteirar da
formação dos homens, desde os tempos das cavernas bem mais
primitivas do que as de agora, até a passagem de outras culturas
milenares entre nós. Não estamos voltados apenas à história do povo
hebreu. Os hebreus têm a sua importância, tanto quanto os outros
povos também tiveram.
Mas Cornélia exaltou-se, porque havia visto nos olhos de Nathanael
um certo desdém pelas respostas dadas por ele a Débora, em seus
ingênuos questionamentos. Até então se calara, mas não conseguiu
permanecer sem dar um revide. A atitude dele para com Débora era
vista por ela como zombaria.
- Pois eu estranho também que vocês não mantenham um único
ponto de vista - ela ponderou. - Já conheci alguma coisa sobre os
sábios da antiguidade - ela olhou para Nathanael em desafio. Mas e
daí? - comentou abespinhada. Você, Nathanael, parece olhar as
mulheres como criaturas merecedoras de terem nas mãos apenas
utensílios domésticos. Sem capacidade nenhuma para atingirem "os
grandes cumes que só aos homens estão reservados". Mulheres? -
ponderou com mágoa - precisam apenas trajar-se como tais e ganhar
o papel de simples guardiães dos lares. Cultura para elas? Por quê?
Para quê?
- Não se ofenda assim - disse Nathan. - Ele não falou por mal.
Ela ergueu os ombros.
- Desculpe-me, Nathan, mas pouco importa mesmo. Nathanael não
está acompanhando as mudanças do mundo, pelo que vejo.
Continua firme na idéia de que para as mulheres basta um tear nas
mãos. Elas precisam continuar a ser fiandeiras. Não instrumentistas
- conforme ele me disse num outro dia, e claramente. Eu entendi
perfeitamente que é assim que ele sente. Pois saiba, senhor
Nathanael - ela continuou, irada -, que também conheço os homens
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