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essênias. Esta pode ser a minha forma de comunicar-me com
Yohanan.
- Mas, Débora, não vê que para os essênios as mulheres devem
apenas cuidar dos afazeres da casa?
- Disso eu sei muito bem. Mas minha proposta vai ter algo
incomum. Vou me propor cuidar de meninos que estejam em
comunidades muito distantes. Ofereço-lhes os meus trabalhos da
casa, claro. E as crianças ficam vivendo mais próximas do Santuário
do que estão. Há muitos pais que vão gostar de que seus filhos
estejam por aqui. E só não conseguem isto, porque precisam se
manter longe, entende? Ela continuou, feliz: - Eles podem passar no
Santuário o tempo que lhes for exigido para se prepararem. E nos
momentos de lazer estarão sob meus cuidados. Estarei fazendo o
papel de servidora dos filhos dos essênios.
Cornélia olhou-a, pasma.
- Mas... mas... você pensou bem nisso que vai propor? Não acha que
deveria casar-se e cuidar dos próprios filhos?
- Não, eu não acho. Meu coração até bate apressado, quando penso
nisto. E tenho quase certeza de que vão me aceitar perto deles. No
próximo ano, quando celebrarmos de novo a data que agora
celebramos, já vou estar por aqui com uma nova função.
Cornélia não mais insistiu. Até conseguia crer que Débora seria
mesmo uma simples avezinha entre eles. Mas desejava do fundo da
alma que os romanos não fizessem planejamentos contrários
àqueles, destruindo o belo Santuário.
Foi interrompida em suas análises por Débora:
- Seu olhar a distância me diz que acabou concordando com meus
argumentos, Cornélia. Nem sabe como estou feliz em tê-la comigo.
Que bom que pedi a Nathanael que lhe entregasse o manuscrito de
Yohanan. Só assim nós duas conseguimos nos reunir e eu posso
dividir com você este meu sonho. Quando minha proposta receber
aceitação, quero que saiba que terei uma imensa satisfação em
recebê-la em minha casa, aqui próximo de Qumran e nesta região do
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