Clique aqui para baixar o livro no formato

montanhas e as águas misteriosas do Mar Morto. A construção
seguia os moldes desse povo que mantinha domínio por ali. Seu
proprietário a arrendava para um zelote, que via Roma como
inimiga dos judeus. O nome dele era Numério. Ninguém sabia se se
tratava de uma alcunha utilizada por ele para a própria
caracterização.
Ele dizia entre risos e brincadeiras que era bastante dedicado a
cifras. Gostava muito de dinheiro e também de calcular, em
números, o quanto havia conseguido realizar em sua vida, na
questão de atos. Beirava os quarenta anos.
Numério parecia estar à espera dos dois. Colocou-os numa parte da
hospedaria reservada para quem desejasse se manter em
privacidade. Ali, só um dos quartos estava ocupado - disse ele entre
risos.
Cornélia não entendeu como ele a havia reconhecido, a não ser
quando se viu diante de Nathanael, olhando-a com intensa alegria.
Era ele o ocupante do quarto.
Agora tudo estava em paz. Estava completo o planejamento de
Nathanael e não apenas o dela, como vinha imaginando.
Naquele mesmo dia, reuniram-se para confabular, após a simples
refeição preparada pelo próprio dono da estalagem, numa saleta
reservada e aconchegante, dentro da simplicidade que o lugar
exigia.
Nathanael lhes contou que Numério era um dos mais ferozes
seguidores do Nazareno e conhecido de alguns essênios também.
Passou, então, a se referir, resumidamente, sobre aquele grupo com
o qual Cornélia ia conviver por alguns tempos.
- Eu tinha cinco anos, quando comecei a visitar o Santuário de
Qumran, levado por meu pai.
- Ahn, seu pai era essênio?
- Sim. Mas como havia optado por construir uma vida familiar,
passou a integrar uma comunidade fora daqueles muros. O
147