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Vinte e Quatro
Uma lamparina de azeite ardia na escuridão. Cornélia encontrava-se
sozinha. Havia organizado bem o seu dia, para que suas auxiliares
se recolhessem cedo. Desejava privacidade para ler as mensagens
que tinha às mãos.
Vinham assinadas por Yohanan (o Batista). Era uma apresentação
simples daquele que havia vivido no meio dos essênios, onde se
dispusera a preparar-se para o encontro com Joshua.
Lágrimas desceram às faces de Cornélia, porque ela o havia
conhecido. Era um homem de olhos negros e observadores, de
compleição forte e cheio de majestade no caminhar, de grande
rigidez de princípios, passados a ele por homens que viviam
isolados em razão de estudos - os essênios. Este grupo se havia
alicerçado, aguardando a chegada do Salvador, e nunca haviam
duvidado de que era Joshua, logo que o encontraram.
Assim escrevia Yohanan:
" Pertenço de corpo e alma a um povo que me ensinou, desde
menino, a servir os meus semelhantes.
Nunca possuí uma moradia individual, porque até a organização de
nosso núcleo visava a nos demonstrar que éramos criaturas de um
mundo a ser repartido - um mundo coletivo a ser respeitado e
interiorizado apenas no amor.
Só não convivíamos com irmãos de outros pensares, porque nos
deveríamos preparar em diferentes rituais, que nos abririam etapas
para maior aprendizado interior.
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