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- Porque local eu já tenho. A adega desta minha casa pode abrigar
uma dezena de pessoas e é bem segura. Aí ela brincou: - Minha
amiga Hannah nomeou este meu novo lar como "o arroio das
gaivotas". Mal sabe ela que escolheu um nome providencial. Posso
trazer para cá um monte de gaivotas. Não deixarei que aparem as
asas delas. Eu as cuidarei mais do que tenho investido em minha
própria felicidade. Isto eu prometo - ela concluiu, feliz.
Licínio sorriu, mas não deixou de alertar:
- Cornélia, tenha muito cuidado. Há muitos gaviões ávidos de
abocanhar presas aqui em Roma.
- E também existem imensas aves voejando por esses espaços,
Licínio - os Anjos. Eles nos protegerão.
Por um bom tempo, os planos alcançaram êxito. Mas chegaram as
inexoráveis chuvas. Cada morador de Roma fazia parte do duro
aprendizado que o Criador entregava em suas mãos. As conquistas
muitas vezes eram apenas analisadas como "esforço", visto que
apenas fagulhas de luzes aqueciam os corações aflitos.
Os duros romanos iam aquinhoando para suas próprias vestes as
lágrimas daqueles que iam morrendo na cruz (isto simbolicamente),
porque bem mais tarde é que a extensa Via Ápia seria juncada de
criaturas sofrendo o mesmo martírio de Joshua. E isso no tempo de
Nero, que não faz parte deste cenário.
Fábio casou-se e Aurélia morreu um pouco depois do casamento do
filho. Celeste perdeu Emiliano numa disputa bem tola enfrentada
por ele, simplesmente porque um dia riu de um nobre e pomposo
romano que se recusava a atravessar um caminho, onde vários
judeus se reuniam a conversar.
O tal nobre, homem cheio de eficácia na maldade, apontou-o como
um "pactuante do povo hebreu". O pobre Emiliano nem ficou
sabendo por que razão lhe extinguiam a vida, ainda na flor da idade,
pois não havia completado seus trinta anos.
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