Clique aqui para baixar o livro no formato

Nos últimos dias tenho sentido dentro de mim a profunda certeza de
que uma onda gigantesca nos atingirá. O Santuário que tanto amo
será penetrado por homens que continuam a temer a perda do poder
e vêem em nós os seus agressores.
O Império Romano vai agigantando seus passos, com uma ousadia
só invejável para aqueles que não entendem que a alma humana é
frágil, quando se desvia dos rumos do respeito pela integridade dos
povos.
Até esses dias, conseguimos nos manter ilesos, porque os romanos
não conseguiram resultado positivo numa estratégia utilizada
ultimamente. Qual? Uma tentativa de enredar “irmãos contra
irmãos”, porque sabiam que os poderosos do Sinédrio não viam a
simplicidade dos essênios como necessária.
Com o que esses guerreiros capciosos não contavam, era com o fato
de que os sacerdotes do Sinédrio e os judeus que não viam o Mestre
senão como um revolucionário se manteriam unidos em respeito a
Qumran, quando vissem este local ameaçado. Não sou versada em
política, minha amiga, mas confesso que estou temerosa, embora
acredite na força e na sagacidade também de nossos amigos
essênios. Se não fossem intrépidos e valentes, há muito os grandes
senhores romanos já os teriam expulsado deste Santuário.
Creio que cada um de nós, vivendo esses dias difíceis e de
embaraços, conseguiu analisar mais apropriadamente os valores
reais do mundo – os do espírito superando de muito os materiais.
A presença do nosso Messias vencerá os tempos e percorrerá o
mundo com o exemplo que, um dia, será seguido por todos que
conservarem a centelha do amor no coração.
Também creio que mesmo os que viram o Nosso Mestre como um
simples interessado num reino terreno sairão daqui marcados
fortemente pelo espetáculo infamante de um sacrifício injusto do
Filho do Deus. E disso jamais se esquecerão. Nossos corpos
permanecerão por aqui, mas nossas almas possuem “memória”.
225