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próprio lar para os aprendizados domésticos. Não consegue ver que
a neta já é uma criatura amadurecida, sensata e livre para determinar
o que prefere.
- Entendo. Conheci a anciã. Pareceu-me... bastante temperamental e
brava. Débora analisa isto como uma questão da criação que a avó
teve.
- Em parte é, sim, Cornélia. Mas eu posso afirmar que as pessoas só
não mudam, quando não querem. Veja você o caso da própria
Débora. Não guarda a ranzinzice da avó e nem a intolerância do
próprio pai. Mas... e você, como vai, Cornélia?
- Mudando. Este tempo que passei aqui foi muito valioso,
Nathanael. Até consegui esquecer uns certos dissabores de Roma e
da viagem que fiz até alcançar este local.
- Eu soube que Flavius já descobriu que você está com Débora - ele
informou.
- Não me importo mais com o que os romanos vão fazendo de
minha figura. Vou até à minha casa em Nazaré, quando sair daqui.
Assim, eles verão que não os temo. E, para falar a verdade, o que
poderão fazer comigo? Matar-me?
Nathanael respondeu:
- Acho que os governantes de Roma estão tão mergulhados num
labirinto de injustiças, que não vão se importar se você ainda tece
loas a Joshua. O caso deles agora é manter o poder, o comando e,
quer saber? Manter o medo de dissolver-se no próprio emaranhado
que teceram.
- Por que diz isto?
- Ahn, o jogo da política é tolo nas mãos de gente vaidosa. Eu até
agradeço ao Alto por serem tão vaidosos assim, para não
encontrarem tão rapidamente o caminho da crueldade.
- Espanta-me que fale assim. Quer maior crueldade do que já
fizeram?
- Eles ainda podem centuplicá-la, Cornélia.
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