Clique aqui para baixar o livro no formato

- Não me venha com zombarias, meu senhor - Flavius retrucou,
enérgico. - Nós não somos homens de armas para ouvirmos
patranhas como essas. Se os senhores não temem a morte é....
- Nós todos deste Santuário respeitamos a vida. A nossa e a de
todos. Mas engana-se se vê neste Santuário um recinto onde
representamos papéis de vilões. Não somos vilões. Somos criaturas
que amam o progresso do mundo, mas não conseguimos ver o
progresso onde há o desperdício de vidas. Seus governantes pensam
que são deuses e não são.
Flavius calou-se, porque não se sentia ofendido com aquela
acusação. Mas depois acrescentou:
- Não somos deuses, mas somos os organizadores destes territórios.
E nossa organização inclui também este Santuário.
- Nunca!!! - esbravejou Nathanael. - Mais fácil pegarmos em armas
do que vocês investirem sobre nós.
- Isto é uma ameaça? - perguntou, ríspido, aquele homem que
começava a sair de seus parâmetros.
Exatamente nesse momento Débora se aproximou. Estava
meditando, mas sentindo-se angustiada resolveu sair à procura de
Cornélia. Conseguiu ouvir uma parte daqueles diálogos exaltados.
- Posso participar das acusações deste grupo? - ela questionou, mas
com o olhar fixo em Flavius.
Ao ver aquela jovem aproximar-se, tranqüila, de passos ágeis e
graciosos, Flavius comoveu-se. Uma parte de seu passado pareceu
abrir-se para ele, ali, ao ver a figura de Débora. Ela era quase a
imagem perfeita de uma de suas irmãs que havia morrido ao
completar os quatorze anos, Lívia.
- Venham, venham comigo - propôs Débora. - Sentemo-nos na
tenda, em minha oficina. Lá poderemos esclarecer melhor por que
este oficial nos procurou. Deve existir um motivo muito sério para a
viagem que ele empreendeu.
201