UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS ... - FAE - Uemg
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Sobre os fatores internos (formação e trajetória profissional) de Yuri, destaco o tempo de<br />
experiência na docência que o orienta no momento de selecionar os materiais didáticos, pois<br />
[...] os primeiros anos de exercício docente são absolutamente fundamentais.<br />
E ninguém cuida destes anos, nos quais se define grande parte do percurso<br />
profissional de cada um. É urgente criar formas de acolhimento, de<br />
enquadramento e de supervisão dos professores durante os primeiros anos da<br />
sua atividade profissional (NÓVOA, 2010, p. 2).<br />
Mesmo sendo iniciante, Yuri apresenta qualidades primordiais para exercer sua prática, a<br />
começar pela boa articulação na explicação dos conteúdos sociológicos. Segundo o PPP da<br />
escola, é necessário “questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-<br />
los, utilizando para isto o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade da<br />
análise crítica, selecionando procedimentos e verificando sua adequação” (ESCOLA<br />
ESTADUAL “KARL MARX”, s/d, s/p).<br />
Durante o período de observação na escola, notei que o professor faz aproximações entre os<br />
temas e conteúdos trabalhados e a realidade dos alunos, convida-os a participar das aulas<br />
expositivas 26 , faz citações de filmes e comparações para que eles possam se situar no tempo e<br />
no espaço. Dito de outro modo, a concepção que Yuri tem acerca do conhecimento<br />
sociológico é orientada para a discussão de temáticas que possam, de alguma maneira,<br />
contribuir para o crescimento pessoal e escolar dos alunos. Isso se torna muito relevante, pois,<br />
segundo Tomazi & Júnior (2004), vivemos num mundo marcado pela reflexividade social, ou<br />
seja,<br />
Na sala de aula quando um aluno pergunta algo é necessário saber antes o<br />
que ele pensa. Se um aluno nos pergunta sobre alguma coisa que você<br />
percebe que ele está no caminho da compreensão, é necessário incentivá-lo a<br />
ir em frente. Se percebemos que ele está completamente fora de foco e indo<br />
para um caminho que nada tem a ver com o assunto, cabe a nós indicar a<br />
direção sem invadi-lo. Normalmente dizemos que ele está errado ou que está<br />
equivocado, mas por que não lhe dizer: se eu fosse você pensaria por outro<br />
caminho. Ele deve continuar pensando, elaborando as questões colocadas e<br />
outras que ele mesmo formular na ausência do professor. É esta capacidade<br />
que devemos desenvolver neles, pois isso significa autonomia para pensar,<br />
para voar e para criar profundas raízes (TOMAZI & JÚNIOR, 2004, p. 69-<br />
70).<br />
26 Em uma das aulas observadas, o debate foi tão enriquecedor que me senti no direito de também participar, até<br />
porque conhecia previamente a turma.<br />
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