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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS ... - FAE - Uemg

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Entre as vantagens da metodologia escolhida, pode-se citar o acompanhamento in loco das<br />

experiências diárias dos professores, numa tentativa de apreender a sua visão de mundo, o<br />

significado que eles atribuem à realidade que os cerca e às suas próprias ações. Sabe-se,<br />

mesmo assim, que temos de superar alguns obstáculos no método da observação. O primeiro<br />

desafio é a alteração no comportamento dos alunos quando eles percebem a presença de uma<br />

pessoa diferente na sala de aula. Além disso, temos que ter o cuidado de não apresentar uma<br />

visão parcial da realidade em sala de aula. Porém, os registros feitos nessa etapa da<br />

investigação tiveram a intenção de não deixar passar despercebida as dimensões constitutivas<br />

do discurso docente, bem como não causar nenhum impacto nos discentes.<br />

Reforçando a ideia de que a escola é o lócus fundamental em que a condição docente se<br />

realiza e, segundo Teixeira (2007, p. 434), a sala de aula é “o espaço no qual docentes e<br />

discentes interagem, convivendo durante a maior parte de seus tempos escolares”, a<br />

observação de campo foi um instrumento de pesquisa muito válido para a realização da<br />

pesquisa, porque<br />

Quanto à sala de aula, é o terreno de origem da relação docente/ discente, de<br />

um modo geral. Independente de seu conteúdo curricular e metodológico, ela<br />

concretiza esta relação, objetivando-a. Nesse sentido, embora os tempos da<br />

aula e de sala de aula se articulem e se desdobrem sobre outros tempos da<br />

vida dos professores, pois suas preocupações e ocupações os extrapolam, o<br />

tempo/espaço da aula é central, repercutindo sobre os demais (TEIXEIRA,<br />

2007, p. 435).<br />

Essa opção metodológica também pôde contribuir para que fossem observados os desafios<br />

que o professor enfrenta no cotidiano escolar, evitando cometer os equívocos de outros<br />

estudos.<br />

[...] o perigo que ameaça a pesquisa sobre a docência e, mais amplamente,<br />

toda a pesquisa sobre educação, é o perigo da abstração: elas se<br />

fundamentam as mais das vezes sobre abstrações – a pedagogia, a didática, a<br />

tecnologia do ensino, o conhecimento, a cognição, a aprendizagem, etc. –<br />

sem levar em consideração fenômenos como o tempo de trabalho dos<br />

professores, o número de alunos, suas dificuldades e suas diferenças, a<br />

matéria a cobrir e sua natureza, os recursos disponíveis, as dificuldades<br />

presentes, a relação com os colegas de trabalho, com os especialistas, os<br />

conhecimentos dos agentes escolares, o controle da administração, a<br />

burocracia, a divisão e especialização do trabalho, etc. [...] É, portanto,<br />

imperativo que o estudo da docência se situe no contexto mais amplo da<br />

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