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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS ... - FAE - Uemg

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O governo autoriza a contratação de pessoas sem formação em magistério e<br />

licenciatura para ser professor. Eu costumo dizer que é a mesma coisa de que<br />

você entrar em um hospital e ter uma pessoa que não é formada em medicina<br />

fazendo uma cirurgia. Pode isso? Não pode. Então por que em uma escola<br />

pode-se abrir uma sala de aula e ter uma pessoa que não é professor<br />

lecionando? Ser professor é uma profissão complexa, que exige uma<br />

formação adequada (CERQUEIRA, 2011, s/p).<br />

Sabe-se que é necessário e importante o conhecimento da matéria lecionada, principalmente<br />

quando se trata de uma disciplina “nova” nas escolas. Mas, concordamos com Tardif &<br />

Lessard (2005, p. 216) “que a transposição curricular dos saberes escolares é mais importante<br />

do que os próprios saberes”. Ao analisar a prática docente, eu esperava que o professor fosse<br />

capaz de saber ajustar a matéria para que os alunos compreendessem, o que não foi observado<br />

na prática da professora Estela.<br />

Como Tardif (2002, p. 219), “não acreditamos que qualquer pessoa possa entrar numa sala de<br />

aula e considerar-se, de repente, professor”. Ainda segundo ele, o trabalho docente requer<br />

certos saberes específicos que permitem aos docentes assentarem suas práticas num repertório<br />

de saberes específicos ao ofício.<br />

Outras observações merecem destaque em relação a essa professora. Constatamos que ela<br />

deixa a desejar em relação ao comprometimento com a escola e seus alunos: sempre chega<br />

atrasada à instituição ou faltas, o que se tornou uma rotina de trabalho. Para Tardif (2002), as<br />

rotinas estão entrelaçadas no ensino. Remetendo-se a Giddens (1987), adverte-nos que a<br />

rotinização é importante para que se compreenda a vida na sala de aula e o trabalho docente.<br />

Podemos dizer, então, que os atrasos e as ausências recorrentes da professora Estela, além de<br />

sinalizarem a falta de compromisso com a tarefa assumida de ensinar, podem indicar a falta<br />

de motivação pela carreira docente Compreendendo que “a docência se instaura na relação<br />

social entre docente e discente”, conforme nos aponta Teixeira (2007, p.429), tal situação é<br />

percebida pelos alunos, o que acirra algumas dificuldades para que a aula transcorra em<br />

harmonia e seja mais produtiva.<br />

Na prática e no fazer docentes de Estela identifiquei problemas quanto à administração do<br />

tempo escolar. Além dos frequentes atrasos apontados, ela não consegue organizar a<br />

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