UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS ... - FAE - Uemg
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crítica, comprometida com as transformações sociais e capazes de despertar no aluno reflexão<br />
sobre a realidade em que vive” (SANTOS, 2004, p. 187).<br />
Não muito distante dessa situação encontra-se nossa outra pesquisada, a professora “Léa”.<br />
Próxima da professora Estela na idade e na formação inicial, também está na faixa etária entre<br />
40 e 49 anos e não possui habilitação específica em Sociologia, mas é licenciada em<br />
Geografia, o que a aproxima da área educacional, sendo que tal aproximação se daria através<br />
da licenciatura. O motivo pelo qual leciona Sociologia não é por gosto, interesse na disciplina<br />
e muito menos interesse pela área sociológica. Como professora concursada na Rede Estadual<br />
de Minas Gerais, tem direito a um cargo completo, ou seja, 18 aulas semanais. Porém, a<br />
escola precisou “fechar” turmas no ano de 2011 e, para completar a carga horária, ela foi<br />
remanejada para as aulas de Sociologia. Portanto, o contato com a disciplina se deu há menos<br />
de 1 (um) ano.<br />
Mas observei que a docente buscou aprimorar-se nos conteúdos sociológicos, pois sempre<br />
mostrou desenvoltura em sala de aula. Até mesmo na questão de preparação das aulas de<br />
Sociologia, é a docente que gasta menor tempo (4 horas semanais), se comparada com os<br />
outros sujeitos pesquisados. Pode-se destacar dois elementos em seu percurso profissional,<br />
que provavelmente, favorecem o trato com a disciplina e seu planejamento: o tempo de<br />
exercício da profissão (10 anos) e a formação pedagógica adquirida no curso de licenciatura.<br />
Como observamos, a falta de formação inicial em Ciências Sociais não foi empecilho para a<br />
docente. Para Mokhtar (2009), isso tem ligação com as dinâmicas de transformação<br />
identitárias, uma vez que o sujeito está em processo construtivo e dinamizador. O trabalho dos<br />
professores é, também, fruto de um trabalho pessoal e coletivo, sendo uma atividade que pode<br />
ser descrita e analisada em função de sua experiência. Assim,<br />
[...] a experiência pode ser vista como um processo de aprendizagem<br />
espontânea que permite ao trabalhador adquirir certezas quando ao modo de<br />
controlar fatos e situações do trabalho que se repetem. Essas certezas<br />
correspondem a crenças e hábitos cuja pertinência vem da repetição de<br />
situações e de fatos. Em educação, quando se fala de um professor<br />
experiente, é, normalmente, dessa concepção que se trata: ele conhece as<br />
manhas da profissão, ele sabe controlar os alunos, porque desenvolveu, com<br />
o tempo e o costume, certas estratégias e rotinas que ajudam a resolver os<br />
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