UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS ... - FAE - Uemg
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das escolas, disponibilidade de recursos e/ou materiais didáticos, etc.) também têm influência<br />
no interesse de permanecer ou não na profissão docente. Além disso,<br />
É difícil pensar na consolidação de competências pedagógicas enquanto os<br />
professores com serviços prestados não tiverem adquirido um mínimo de<br />
estabilidade. Uma grande flutuação nas funções ocupadas, de um ano para o<br />
outro, pode até provocar [...] a erosão das competências. Por exemplo, os<br />
professores em situação precária levam mais tempo para dominar as<br />
condições peculiares ao trabalho em sala de aula, pois mudam<br />
freqüentemente de turma e defrontam-se com as turmas mais difíceis<br />
(TARDIF, 2002, p. 90).<br />
Como pesquisas e observações têm revelado, muitos professores se sentem ameaçados, sem<br />
autoridade e desvalorizados como docentes, o que pode ser um dos fatores de seu mal-estar<br />
(TEIXEIRA, 2007, p. 439). Soma-se a isso que<br />
Certos professores chegam a ficar numa mesma escola mais de um ano<br />
consecutivo. Outros, no entanto, mudam de escola várias vezes, praticamente<br />
no fim de cada contrato, especialmente nos primeiros anos de trabalho. A<br />
instabilidade é uma dura realidade para os jovens professores em situação<br />
precária, pois o fim do contrato representa muitas vezes, segundo eles, uma<br />
ruptura com a escola e com os alunos os quais eles se haviam apegado<br />
(TARDIF, 2002, p. 91).<br />
Destaca-se, então, que os professores têm lutado pelo respeito à profissão e isso pode ser<br />
evidenciado na greve estadual, uma luta não somente por melhores salários, ou melhor, pelo<br />
piso nacional prometido à categoria. No fundo, todos nós, educadores, queremos ser<br />
reconhecidos pelo nosso ofício.<br />
Ao contrário do pensamento de Bezerra & Silva (2006) de que o pedagogo, o educador e<br />
sobretudo o professor não têm consciência de que são os operários da sociedade capitalista do<br />
conhecimento, acredito que esses profissionais têm consciência da sua luta de classes, no<br />
sentido marxista, pois a greve durou três meses e contou com a adesão de muitos<br />
trabalhadores da categoria. Segundo a imprensa local, o movimento foi o maior dos últimos<br />
20 anos em Minas Gerais e um dos motivos é que “a carreira em Minas não é uma carreira<br />
que atrai o profissional, que o valoriza. Isso faz com que nossa profissão em Minas seja uma<br />
profissão de passagem” (CERQUEIRA, 2011, s/p). Vale ainda ressaltar que<br />
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