UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS ... - FAE - Uemg
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[...] é interessante levar em conta que os professores, no momento em que<br />
estão acirrando o conflito com o Estado e/ou com os empresários do ensino<br />
em busca de sua dignificação como profissionais, assumem, para si, o<br />
compromisso de defesa da democratização da educação (FIDALGO, 1996,<br />
p. 102).<br />
E isso pôde ser observado na mídia; vários foram os jornais, meios eletrônicos, televisivos e<br />
outros que retrataram o assunto. Segundo Arroyo (2003, p. 54), “é muito interessante<br />
acompanhar uma greve de professores, é muito interessante ver o aspecto pedagógico da<br />
greve, o ritual, a didática dessas greves. É uma espécie de teatro”. É merecido lembrar que<br />
“[...] ganhar voz e visibilidade nos órgãos de imprensa é de grande importância para mobilizar<br />
a opinião pública para os problemas enfrentados pelos professores e, assim, obter apoio para<br />
as lutas empreendidas em prol do processo de profissionalização da categoria” (NÓVOA,<br />
apud VICENTINI, 2006, p. 519).<br />
Isso me leva a pensar, em consonância com Teixeira (2007), que os professores são<br />
personagens conhecidos e sempre presentes nos espaços públicos e privados e que, por vezes,<br />
esperançosos de dias melhores no seu ofício. Essa esperança, segundo a autora, existe porque<br />
na docência estão imbricados o presente, o passado e o futuro. Soma-se a isso o fato de que,<br />
na contemporaneidade, a docência traz novos fatos e questões que interpelam a escola e os<br />
professores.<br />
Um desses novos fatos e questões é a dúvida em permanecer ou não na docência. Para Souza<br />
(2011), há fortes evidências que a profissão docente vive uma crise sem precedentes na<br />
história do ensino brasileiro, com uma generalizada queda da concorrência nos cursos de<br />
licenciatura. Um exemplo é a relação candidato/vaga dos últimos 13 vestibulares da UFMG<br />
(2000-2012); para o vestibular 2012, não houve nenhum curso de licenciatura entre os mais<br />
concorridos. O autor aponta como um dos motivos para o elevado índice de abandono do<br />
ofício o fato de os professores se afastarem por adoecimento ou por não suportarem a<br />
violência física e/ou simbólica no cotidiano da sala de aula. Sobre essa crise que atravessa o<br />
ensino, Souza (2011) entende que “ela combina ingredientes de natureza muito diversa, mas o<br />
elemento-chave da sua explicação é o baixo valor do diploma de professor, sobretudo na<br />
educação básica, tanto no mercado de bens econômicos (salário) quanto no mercado de bens<br />
simbólicos (prestígio)” (SOUZA, 2011, p. 2).<br />
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