UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS ... - FAE - Uemg
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continuaram dispersos, conversando e não receberam apoio. Enfim, eles privilegiaram<br />
justamente aqueles alunos que menos necessitavam de ajuda e motivação. A professora não<br />
interviu na prática dos estagiários, talvez porque acreditava que lhe cabia avaliá-los apenas<br />
junto à UFMG.<br />
Resumidamente, pensamos que a prática docente de Gina se aproxima do professor que hoje é<br />
exigido para dar conta das necessidades dos educandos: dedicada, compromissada, estratégica<br />
e, acima de tudo, sua motivação se reflete em sua prática, que é condizente com o que<br />
preconiza Silva (2006): [...] acredita-se que a prática cotidiana de ensinar Ciências Sociais<br />
deva proporcionar as condições para que os educandos possam ser capazes de pensar a<br />
realidade social e que esse pensar lhes sirva para estar em melhores condições de decidir sua<br />
relação com o mundo (p. 3).<br />
Finalmente, concordo com Tardif (2002, p. 263) que “os saberes profissionais também são<br />
variados e heterogêneos porque não formam um repertório de conhecimentos unificado”.<br />
Sendo assim, os professores, para ministrar suas aulas, utilizam conhecimentos práticos<br />
buscados nas suas vivências, nos saberes do senso comum, ou seja, suas técnicas não se<br />
fundamentam apenas e absolutamente nas ciências.<br />
4.1.4 Prática docente de Léa: domínio de classe para construir o conhecimento<br />
O período compreendido entre setembro e dezembro de 2011 me deu indícios de como se<br />
estruturava a prática docente dessa professora e os esquemas de ação utilizados no cotidiano<br />
da sala de aula. Percebi que ela possui domínio de classe, manejo na sala de aula, o que pode<br />
ser explicado pelo tempo e gosto pela docência. Sobre como se tornou professora, Léa declara<br />
que sofreu influência, mesmo que indireta, de familiares. Afirma que o pai sempre acreditou<br />
que toda mulher deveria ser professora e mãe, o que se aproxima das formulações de<br />
Bourdieu (1996) sobre a importância da socialização primária, que ocorre sobretudo no seio<br />
da família, que “permanece um dos lugares de acumulação, de conservação e de reprodução<br />
de diferentes tipos de capital” (p. 177).<br />
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