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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS ... - FAE - Uemg

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campo educacional. Nesse sentido, as greves representam as lutas no interior dos campos,<br />

descritas por Bourdieu como<br />

[...] um campo de lutas estruturado em função de objetos de disputa, no qual<br />

se constituem interesses específicos e regras de funcionamento próprias, ao<br />

mesmo tempo em que se estabelece a posição de seus agentes e instituições<br />

de acordo com o reconhecimento alcançado dentro do próprio campo<br />

mediante as disputas pela legitimidade (BOURDIEU, apud VICENTINI,<br />

2006, p. 518).<br />

Para Arroyo (2003), na década de 1980, surgiram saberes novos que não faziam parte do<br />

conhecimento, como debates, confrontos no campo do trabalho docente, novas imagens<br />

acerca da condição docente, que também acaloraram o campo educacional. Desse modo,<br />

[...] aprendemos mais sobre nós mesmo, nesses confrontos do que, às vezes,<br />

nos próprios centros de formação. Nesses embates na rua, nas greves, nas<br />

passeatas, a categoria foi descobrindo a centralidade do trabalho como<br />

determinante da própria existência humana. Aprendemos a centralidade do<br />

trabalho não só na produção do conhecimento, mas, sobretudo, na própria<br />

autoprodução como sujeitos humanos (ARROYO, 2003, p. 53).<br />

No que se refere ao processo de precarização do trabalho, sobretudo a partir da década de 90<br />

do século XX, destaca-se a progressiva perda de direitos dos trabalhadores e os baixos<br />

salários.<br />

As alterações nas condições de trabalho docente, decorrentes das mudanças<br />

empreendidas tanto na organização escolar como na organização do trabalho<br />

escolar, são numerosas, como já demonstram alguns estudos. Entre as<br />

principais alterações observadas, podem-se destacar a criação de novas<br />

atribuições e a crescente perda de direitos e de remuneração. Soma-se a isso<br />

uma estrutura de carreira, que em geral não estimula a progressão e a<br />

melhoria do desempenho (MELO & AUGUSTO, 2004, p. 142).<br />

Para Catani (2003), os professores estão situados no entrecruzamento de interesses e<br />

aspirações socioeconômicas. Assim, ao examinar a situação dos docentes, um fato sempre<br />

aparece com frequência: a questão salarial. Ainda segundo a autora, a questão salarial não é<br />

um fato marcante do século passado ou do século atual, pois “de modo geral, as descrições<br />

feitas a propósito do exercício do magistério nos vários estados são pouco otimistas quanto às<br />

condições nas quais o trabalho era exercido no final do século XIX e início do século XX” (p.<br />

593).<br />

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