UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS ... - FAE - Uemg
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A prática profissional, portanto, vai além do espaço da sala de aula e o trabalho docente é<br />
regido por normas coletivas adotadas por outros professores e por regulações organizacionais.<br />
Nessa direção, Sacristán (1995, p. 66), afirma que “o ensino é uma prática social, não só<br />
porque se concretiza na interação entre professores e alunos, mas também porque estes atores<br />
refletem a cultura e contextos sociais a que pertencem”.<br />
Partindo desse pressuposto, o ensino é um ofício composto de saberes práticos adquiridos e<br />
construídos pelos professores ao longo de suas experiências, cuja essência se centra no<br />
“saber-fazer”, sabedoria acumulada através da prática individual e coletiva, o que não<br />
desconsidera a formação inicial como elemento central da prática docente. Dessa forma,<br />
alunos e professores contribuem para a recriação de culturas nas situações escolares.<br />
Na atualidade, a formação profissional prioriza a crítica e a reflexão sobre as práticas<br />
cotidianas em sala de aula, ou seja, a constituição de uma prática docente passa por avanços,<br />
retrocessos, rupturas e permanências no fazer docente. Como Santos (2008), compreendemos<br />
que a<br />
[...] Universidade pode contribuir de diversas formas para a superação dessas<br />
dificuldades. Em primeiro lugar, ela pode participar da melhoria da<br />
qualificação dos professores de Sociologia, promovendo cursos de<br />
atualização e revitalizando o currículo da licenciatura em Ciências Sociais<br />
em virtude da Reforma do Ensino Médio. Em segundo lugar, a Universidade<br />
pode incentivar estudos e pesquisas, em nível de graduação e pós-graduação<br />
sobre o próprio ensino de Sociologia (SANTOS, 2008, s/p).<br />
Soma-se a isso o fato de o professor confrontar-se, cada vez mais, com diferentes modelos de<br />
socialização produzidos pela sociedade multicultural.<br />
[...] o processo de socialização convergente em que se afirmava o caráter<br />
unificador da atividade escolar no campo cultural, lingüístico e<br />
comportamental, foi substituído por um processo de socialização claramente<br />
divergente, que obriga a uma diversificação na atuação do professor<br />
(ESTEVE, 1995, p. 102).<br />
No que se refere aos professores não habilitados em Ciências Sociais que hoje lecionam<br />
Sociologia, eles parecem ter adquirido, a partir da apropriação de experiências significativas<br />
vivenciadas ao longo de suas trajetórias profissionais e de vida, um habitus, que tem estreita<br />
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