UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS ... - FAE - Uemg
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[...] com a edição da Lei 5.692, de 11 de agosto de 1971, as coisas pioram<br />
para a nossa ciência. Ocorre a introdução nos currículos das escolas médias –<br />
que passam a ser chamar de 2º grau – das disciplinas de Educação Moral e<br />
Cívica – EMC e Organização Social e Política do Brasil – OSPB, numa<br />
tentativa espúria de substituir respectivamente Filosofia e Sociologia<br />
(CARVALHO, 2004, p. 20).<br />
Como pode ser observado, a partir da Lei nº 5.692, de agosto de 1971 - a chamada Reforma<br />
Jarbas Passarinho -, a Sociologia não constou em nenhuma grade curricular até 1982. A<br />
disciplina deixa de ser obrigatória e passa a ser optativa no ensino secundário, desaparecendo<br />
das escolas. Esse fato ainda é agravado pela reforma curricular que transforma o ensino<br />
secundário em profissionalizante, ou seja, havia pouco espaço para as Ciências Sociais.<br />
Santos (2004) esclarece que<br />
Do ponto de vista político ressalta-se que tanto a Reforma Capanema como a<br />
Reforma Passarinho foram desencadeadas com a finalidade de contribuir<br />
para a consolidação ideológica de dois regimes políticos de exceção: a<br />
ditadura Vargas e a ditadura militar. Conseqüentemente, ainda que tivessem<br />
diferentes pressupostos acerca do conhecimento, tanto uma como outra<br />
reforma preconizavam ações e mecanismos pedagógicos muito semelhantes,<br />
com o objetivo de formar indivíduos com espírito de patriotismo e civismo<br />
(p. 148).<br />
Essa crise ainda foi aguçada pela estagnação econômica e a inflação dos anos 1980, que, do<br />
ponto de vista social e institucional, levaram à destruição do capital humano. Nesse contexto,<br />
os cientistas sociais presenciaram uma série de debates sobre sua “vocação”, o que estabelece<br />
uma crise que se reflete na queda da demanda por esses cursos na maioria dos países. O<br />
contexto de trabalho intelectual foi deteriorado, pois<br />
O fim do comunismo e o baixo prestígio do planejamento e<br />
intervencionismo estatal junto com a incapacidade de prever as grandes<br />
mudanças societárias reduziram o reconhecimento dos cientistas e das<br />
Ciências Sociais no mundo. Se agregarmos a isto o processo vivido no<br />
Brasil, durante uma década, de inflação e crise fiscal, que desorganizou as<br />
condições de trabalho cientifico nas universidades, teríamos ingredientes<br />
mais do que suficientes para explicar a crise atual pela qual passam as<br />
Ciências Sociais no Brasil (MICELI, 1995, p. 313).<br />
Já em 1982, a Lei nº 7.044 altera aspectos da legislação anterior, com uma maior abertura<br />
para as Ciências Humanas. A partir dessa lei, os sociólogos de São Paulo, Minas Gerais,<br />
Pernambuco e Rio de Janeiro desencadeiam uma luta pelo retorno da Sociologia no ensino<br />
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