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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS ... - FAE - Uemg

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Ou seja, fazer com que nossos alunos se tornem independentes, se tornem<br />

autônomos, principalmente de nós, para que possam voar em liberdade de<br />

pensamento e não ficar atrelados como “eternos alunos” (TOMAZI &<br />

JÚNIOR, 2004, p. 72).<br />

Essa capacidade de cunhar um aluno autônomo no modo de pensar a agir, uma das tarefas<br />

incumbidas à Sociologia, tem estreita ligação com as práticas e os saberes docentes que são<br />

ministrados em sala de aula. Portanto, concordo com Tardif (2002, p. 36) quando ele afirma<br />

que “pode-se definir o saber docente como um saber plural, formado pelo amálgama, mais ou<br />

menos coerente, de saberes oriundos da formação profissional e de saberes disciplinares,<br />

curriculares e experienciais”. Além disso, esse saber docente explica as concepções de ensino<br />

sociológico que orientam suas práticas, uma vez que<br />

[...] a sociologia postula que há uma razão para os agentes fazerem o que<br />

fazem (no sentido em que falamos de razão de uma série), razão que se deve<br />

descobrir para transformar uma série de condutas aparentemente incoerentes,<br />

arbitrárias, em uma série coerente, em algo que se possa compreender a<br />

partir de um princípio único ou de um conjunto coerente de princípios. Nesse<br />

sentido, a sociologia postula que os agentes sociais não realizam atos<br />

gratuitos (BOURDIEU, 1996, p. 138).<br />

Compreender a concepção do professor acerca do ensino da Sociologia é crucial para entender<br />

suas práticas docentes. Essa percepção do ensino da disciplina e do conhecimento sociológico<br />

é resultado de uma “[...] pluralidade de elementos heterogêneos, como sexo, origem étnica,<br />

amigos, história anterior, imagem de si mesmo, identidade pessoal e social, competências<br />

sociais, cognitivas, de linguagem, expectativas e projeções no futuro, modelos de referência,<br />

etc” (CHARLOT, 1996, p. 51).<br />

Partindo do pressuposto que o conhecimento não é algo acabado, mas uma (re)construção<br />

contínua, este projeto consistiu na busca de novas respostas e novas indagações sobre a<br />

formação docente e o habitus que é colocado em ação pelos professores que lecionam<br />

Sociologia, o que será apresentado a seguir.<br />

4.1.1 Prática docente de Yuri: o início da docência e seus desafios<br />

Partindo do pressuposto que o conceito de habitus “corresponde a uma matriz, determinada<br />

pela posição social do indivíduo que lhe permite pensar, ver e agir nas mais variadas<br />

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