UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS ... - FAE - Uemg
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pegar o metrô. Um dos motivos desse receio pode ser atribuído ao fato de o professor vir de<br />
uma cidade do interior e estar morando recentemente em Belo Horizonte.<br />
3.3 Aguçando o olhar investigativo: delineando a metodologia<br />
Minha função consistiu em ter um olhar para os fatos, pessoas e emoções coletivas, buscando<br />
compreender as práticas que são engendradas por um habitus docente. Quanto ao olhar<br />
investigativo de pesquisadora, acredito que o fato de ter passado pelas experiências no ensino<br />
de Sociologia entre 2008 a 2010, me concedeu certa facilidade para aproximação com os<br />
docentes e também para a realização das observações, bem como para a realização das<br />
entrevistas.<br />
Procurei utilizar a minha experiência de professora para que, juntamente com as questões<br />
observadas, fosse possível conduzir o processo de campo de maneira clara e objetiva. Sem<br />
dúvida, o meu conhecimento prévio sobre uma das escolas, minha experiência concreta com o<br />
ensino de Sociologia e a convivência nas instituições com os professores investigados<br />
auxiliaram na condução das entrevistas.<br />
A empatia se constitui num dos princípios básicos da fenomenologia, que está nas raízes das<br />
abordagens qualitativas e vem sendo pontuada como uma característica primordial dos<br />
pesquisadores que realizam trabalho de campo. Segundo esse princípio, o observador deve<br />
tentar colocar-se no lugar do outro para melhor compreender o que ele está pensando, dizendo<br />
e sentindo. Estabelecer relações de empatia com os investigados foi uma condição básica para<br />
a realização das entrevistas feitas durante o estudo. Assim, não houve quaisquer problemas de<br />
relações interpessoais para vencer essa etapa do processo de investigação.<br />
Como o homem cria teias de significados para compreender a cultura, com significados<br />
socialmente estabelecidos, ele vê “a cultura como sendo essas teias e sua análise; portanto,<br />
não como uma ciência experimental em busca de leis, mas como uma ciência interpretativa, à<br />
procura do significado” (GEERTZ, 1989, p. 15). Portanto, para realização deste estudo foi<br />
necessário buscar elementos de uma prática etnográfica para orientar a coleta de dados, como<br />
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