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Manual de negociacao coletiva - International Labour Organization

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fosse consi<strong>de</strong>rada irregular, além <strong>de</strong> ter gerado um sistema quase<br />

único <strong>de</strong> negociações apoiadas na conciliação/arbitragem.<br />

Embora a função <strong>de</strong> arbitragem da Comissão Australiana <strong>de</strong> Conciliação<br />

e Arbitragem 152 possa ter atraído a atenção do público mais<br />

do que qualquer outro elemento, a maioria dos conflitos que lhe<br />

eram submetidos eram resolvidos por conciliação. Até mesmo essa<br />

característica camuflou o que, provavelmente, foi o impacto mais<br />

marcante da Comissão, a saber, o fato <strong>de</strong> ela ter promovido o processo<br />

subjacente <strong>de</strong> negociação entre empregadores e sindicatos:<br />

Nos termos . . . da Lei original, observa-se claramente que a principal<br />

função da legislação, bem como do tribunal por ela estabelecido,<br />

era estimular trabalhadores e empregadores a chegar a um acordo<br />

por meio da negociação. Se não houvesse um acordo, o tribunal<br />

po<strong>de</strong>ria exercer sua função como conciliador para ajudar as partes<br />

a entrar em acordo amigavelmente. Caso isso não resultasse em um<br />

acordo, o tribunal po<strong>de</strong>ria então exercer seu papel <strong>de</strong> árbitro para<br />

<strong>de</strong>cidir os termos <strong>de</strong> qualquer conflito pen<strong>de</strong>nte na forma <strong>de</strong> uma<br />

sentença. A [intenção] dos fundadores é clara. A negociação direta<br />

entre as partes <strong>de</strong>veria ser incentivada mesmo que isso significasse a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se recorrer a um conciliador para ajudar no processo<br />

e gerar um acordo. A arbitragem só <strong>de</strong>veria ser usada como último<br />

recurso, quando todos os outros métodos falhassem. 153<br />

Em algumas ocasiões, a conciliação incluiu a emissão <strong>de</strong> recomendações<br />

em circunstâncias nas quais as partes concordaram<br />

efetivamente em obe<strong>de</strong>cê-las. 154<br />

O exemplo australiano <strong>de</strong>monstra com muita clareza como a conciliação<br />

e a arbitragem po<strong>de</strong>m ser usadas na promoção <strong>de</strong> processos<br />

<strong>de</strong> negociação.<br />

152 Inicialmente chamada <strong>de</strong> Commonwealth Court of Conciliation and Arbitration,<br />

após 1956 recebeu o nome <strong>de</strong> Commonwealth Conciliation and Arbitration<br />

Commission, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> Conciliation and Arbitration Commission , <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

Australian Industrial Relations Commission e, atualmente, (com menos po<strong>de</strong>res<br />

prescritivos) Fair Work Australia.<br />

153 R. Mclelland: “Towards collective bargaining: A critical analysis of trends”, em<br />

Journal of Industrial Relations (Sydney, Associação Australiana <strong>de</strong> Relações <strong>de</strong><br />

Trabalho e Emprego, 1976) Vol. 18, n. 4, pág. 391, citado e discutido mais<br />

<strong>de</strong>talhadamente por W. Creighton, W. Ford, e R. Mitchell: <strong>Labour</strong> law, segunda<br />

edição (Sydney, The Law Book Company, 1994), pág. 579–610.<br />

154 Veja, por exemplo, a <strong>de</strong>cisão do tribunal estadual (e não fe<strong>de</strong>ral) em Minister of<br />

Industrial Relations BHP Steel Limited 7 others, (NSWIRC 8095) 13 <strong>de</strong> maio<br />

<strong>de</strong> 2002.<br />

114<br />

DEPARTAMENTO DE ATIVIDADES SETORIAIS

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