Manual de negociacao coletiva - International Labour Organization
Manual de negociacao coletiva - International Labour Organization
Manual de negociacao coletiva - International Labour Organization
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Arbitragem obrigatória<br />
Como a arbitragem obrigatória po<strong>de</strong> minar a vitalida<strong>de</strong> e equida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> negociação, essa opção <strong>de</strong>ve ser vista com<br />
cautela. Ela é mais comumente imposta por lei ou <strong>de</strong>cisão administrativa<br />
quando fica evi<strong>de</strong>nte que as partes não conseguirão<br />
superar seu impasse sem a intervenção <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>s ou quando<br />
uma greve ultrapassa um período pré-estabelecido. 168 Em relação<br />
à arbitragem imposta por autorida<strong>de</strong>s, o Comitê <strong>de</strong> Peritos sobre<br />
a Aplicação <strong>de</strong> Convenções e Recomendações <strong>de</strong>clarou que essas<br />
intervenções não são facilmente conciliáveis com o princípio<br />
<strong>de</strong> negociação voluntária previsto no Artigo 4 da Convenção n.<br />
98. 169 O Peru, por exemplo, suprimiu a arbitragem obrigatória e<br />
anulou disposições que efetivamente proibiam greves em “serviços<br />
públicos essenciais”. 170<br />
Os órgãos <strong>de</strong> supervisão da OIT <strong>de</strong>clararam que a arbitragem<br />
compulsória imposta às partes da disputa por um terceiro – por<br />
exemplo, uma autorida<strong>de</strong> pública – constituirá, no caso <strong>de</strong> um<br />
conflito coletivo, uma violação das normas internacionais do trabalho.<br />
No entanto, os órgãos <strong>de</strong> supervisão da OIT reconheceram<br />
o uso da arbitragem obrigatória, sobretudo quando o mo<strong>de</strong>lo resulta<br />
do consentimento entre as partes. Esse é o caso <strong>de</strong> greves<br />
que ocorrem em serviços essenciais, que são <strong>de</strong>finidas sob o subtítulo<br />
Proibições e restrições impostas a ações sindicais por parte<br />
<strong>de</strong> pessoal fundamental e serviços essenciais. 171 Também po<strong>de</strong><br />
ser imposta em caso <strong>de</strong> emergência nacional ou quando a questão<br />
envolve trabalhadores do governo que exercem autorida<strong>de</strong> em<br />
nome do Estado. 172 Uma ressalva importante nesse contexto é que<br />
a arbitragem <strong>de</strong>ve ser realizada por órgãos imparciais e as partes<br />
168 B. Gernigon, A. O<strong>de</strong>ro e H. Guido: ILO principles concerning collective<br />
bargaining, Avaliação Internacional do Trabalho (Genebra, OIT, 2000), Vol.<br />
139, n. 1, p. 44.<br />
169 Veja OIT: Freedom of association and collective bargaining (Genebra, 1994),<br />
parágrafo 258.<br />
170 OIT: Freedom of association in practice: Lessons learned, Conferência<br />
Internacional do Trabalho, 97ª Sessão, 2008, pág. 16<br />
171 OIT: Improving judicial mechanisms for settling labour disputes in Bulgaria,<br />
Relatório sobre a Conferência Tripartite <strong>de</strong> Alto Nível, Sofia, 5 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2006<br />
(Budapeste, 2006), págs. 5-6.<br />
172 B. Gernigon, A. O<strong>de</strong>ro e H. Guido, ILO principles concerning collective<br />
bargaining, Avaliação Internacional do Trabalho (Geneva, ILO, 2000), Vol. 139,<br />
n. 1, p. 44.<br />
124<br />
DEPARTAMENTO DE ATIVIDADES SETORIAIS