Manual de negociacao coletiva - International Labour Organization
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<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> negociação <strong>coletiva</strong> e resolução <strong>de</strong> conflitos no serviço público<br />
A intervenção como meio <strong>de</strong> manter a paz e apoiar o processo<br />
<strong>de</strong> negociação<br />
Suécia<br />
Na Suécia, apenas uma vez - em 1971 - uma greve foi evitada<br />
por meio da promulgação <strong>de</strong> uma lei. O efeito <strong>de</strong>ssa lei específica<br />
foi ampliar a duração <strong>de</strong> acordos coletivos existentes e,<br />
consequentemente, das obrigações <strong>de</strong> paz associadas. As partes<br />
usaram esse tempo – e a pressão – para resolver suas diferenças.<br />
A lei apoiou efetivamente o processo <strong>de</strong> negociação.¹<br />
Finlândia<br />
Em 2007, o Sindicato <strong>de</strong> Profissionais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Assistência<br />
Social ameaçou recorrer à <strong>de</strong>missão em massa como protesto para<br />
pressionar as negociações por aumentos salariais. Na prática, isso<br />
significaria que entre 70 e 100 por cento <strong>de</strong> todas as enfermeiras<br />
que trabalhavam em <strong>de</strong>partamentos <strong>de</strong> medicina intensiva em<br />
hospitais universitários teriam se <strong>de</strong>mitido. Para sustentar níveis<br />
a<strong>de</strong>quados <strong>de</strong> atendimento, o governo interferiu na situação e impôs<br />
uma lei sem prece<strong>de</strong>ntes que teria, na prática, obrigado as<br />
enfermeiras a voltar ao trabalho. A lei também era problemática<br />
porque teria forçado até mesmo enfermeiras que já haviam se aposentado,<br />
mudado <strong>de</strong> profissão ou trabalhavam no setor privado a<br />
voltar a trabalhar. As partes da negociação chegaram a um acordo<br />
antes da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> qualquer ação legal, mas a situação levantou<br />
a questão sobre direitos fundamentais como o direito do<br />
trabalhador <strong>de</strong> participar em ações <strong>de</strong> protesto e o direito do cidadão<br />
<strong>de</strong> receber um atendimento <strong>de</strong>cente. O Tribunal Trabalhista<br />
<strong>de</strong>terminou, entre outras coisas, que o pedido <strong>de</strong> <strong>de</strong>missão das<br />
enfermeiras que eram funcionárias públicas havia sido ilegal.²<br />
¹ T. Stokke e A. Seip: “Collective dispute resolution in the public sector:<br />
The Nordic countries compared”, em Journal of Industrial Relations<br />
(Associação Australiana <strong>de</strong> Relações <strong>de</strong> Trabalho e Emprego, 2008), Vol.<br />
60, n. 4, pág. 569, citando A. Adlercreutz: Svensk arbetsrätt (Estocolmo,<br />
Norsdtedts Juridik, 2003), pág. 106.<br />
² R. 83 e 84/07 do Tribunal Trabalhista Finlandês, 11/07/2007. Parecer<br />
<strong>de</strong> especialistas para a Comissão <strong>de</strong> Assuntos Sociais e Saú<strong>de</strong> sobre um<br />
projeto <strong>de</strong> lei para garantir a segurança <strong>de</strong> pacientes durante ações <strong>de</strong><br />
protesto, 9 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2007.<br />
Na América Latina, observa-se uma tendência crescente <strong>de</strong> permitir<br />
que trabalhadores do setor público participem da <strong>de</strong>terminação<br />
<strong>de</strong> suas condições <strong>de</strong> trabalho. O Uruguai adotou recentemente<br />
um estatuto que confere po<strong>de</strong>r à negociação <strong>coletiva</strong>.<br />
O estatuto da Autorida<strong>de</strong> do Canal do Panamá também inclui a<br />
Parte I: Prevenção <strong>de</strong> conflitos<br />
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