Manual de negociacao coletiva - International Labour Organization
Manual de negociacao coletiva - International Labour Organization
Manual de negociacao coletiva - International Labour Organization
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> negociação <strong>coletiva</strong> e resolução <strong>de</strong> conflitos no serviço público<br />
<strong>coletiva</strong> <strong>de</strong>ve ocorrer ou quais po<strong>de</strong>m ser as partes negociadoras.<br />
O processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> diretrizes <strong>de</strong>ve ser precedido<br />
<strong>de</strong> consultas com as organizações <strong>de</strong> servidores públicos.<br />
Negociação posicional: o calcanhar-<strong>de</strong>-aquiles do setor público<br />
Nem sempre as negociações no setor público são bem-sucedidas.<br />
Posições monetárias pré-<strong>de</strong>terminadas, estabelecidas por ministros<br />
da Fazenda e autorida<strong>de</strong>s do Tesouro que <strong>de</strong>finiram números <strong>de</strong><br />
acordo com um ciclo e dinâmica diferentes, po<strong>de</strong>m ser assumidas<br />
no processo <strong>de</strong> negociação. A situação piora quando essas posições<br />
são <strong>de</strong>claradas publicamente; ou seja, quando trincheiras são construídas<br />
para <strong>de</strong>fendê-las. Isso estimula os sindicatos a respon<strong>de</strong>r na<br />
mesma moeda, com <strong>de</strong>mandas em massa e exageradas que precisam<br />
ser negociadas agressivamente para que sejam atendidas.<br />
Também não ajuda se o processo <strong>de</strong> negociação for contornado<br />
por meio do recurso a personalida<strong>de</strong>s políticas e financeiras que<br />
tomam <strong>de</strong>cisões influenciadas por pressões não necessariamente<br />
condizentes com uma negociação <strong>coletiva</strong> i<strong>de</strong>al e, consequentemente,<br />
com resultados sociais <strong>de</strong>sejáveis. Nesse contexto, as<br />
informações são transmitidas mo<strong>de</strong>rada e taticamente, e não <strong>de</strong><br />
modo abrangente ou transparente. Nesses casos, po<strong>de</strong> ser muito<br />
difícil negociar <strong>de</strong> boa fé e visando ganhos mútuos.<br />
As partes <strong>de</strong>vem, no entanto, reconhecer que a negociação <strong>coletiva</strong><br />
reflete o funcionamento e o julgamento do processo <strong>de</strong>mocrático mais<br />
amplo. Devem também reconhecer que os processos <strong>de</strong>cisórios no<br />
âmbito político e <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição orçamentária são melhorados se um<br />
mo<strong>de</strong>lo i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> negociação, mediação e, se necessário, arbitragem<br />
<strong>de</strong> questões trabalhistas pu<strong>de</strong>r percorrer um caminho menos tortuoso.<br />
Isso po<strong>de</strong> ser visto principalmente como uma questão <strong>de</strong> sequenciamento<br />
e coor<strong>de</strong>nação, <strong>de</strong>corrente da compreensão <strong>de</strong> como a instituição<br />
da negociação po<strong>de</strong> prestar sua melhor contribuição social.<br />
A negociação <strong>de</strong> ganhos mútuos exige que cada parte consi<strong>de</strong>re<br />
cuidadosamente tanto seus interesses ou necessida<strong>de</strong>s como os das<br />
outras partes antes <strong>de</strong> propor qualquer solução para as questões,<br />
já que a atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> antecipar-se à discussão necessária <strong>de</strong> todos os<br />
<strong>de</strong>talhes apresentando respostas pouco exploradas po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada<br />
presunçosa. Essa atitu<strong>de</strong> nega a responsabilida<strong>de</strong> conjunta<br />
das partes não apenas pela solução, mas também pelo próprio problema.<br />
Po<strong>de</strong> provocar, inclusive, uma reação <strong>de</strong> indiferença.<br />
Parte I: Prevenção <strong>de</strong> conflitos<br />
51