Manual de negociacao coletiva - International Labour Organization
Manual de negociacao coletiva - International Labour Organization
Manual de negociacao coletiva - International Labour Organization
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> negociação <strong>coletiva</strong> e resolução <strong>de</strong> conflitos no serviço público<br />
Obrigação <strong>de</strong> paz após a assinatura <strong>de</strong> um acordo<br />
Uma vez que um acordo coletivo sobre questões relacionadas ao<br />
local <strong>de</strong> trabalho (inclusive termos e condições <strong>de</strong> emprego) tenha<br />
sido alcançado, muitos sistemas preveem a entrada em vigor<br />
<strong>de</strong> uma obrigação <strong>de</strong> paz relativa ou absoluta. Dois exemplos <strong>de</strong><br />
países que adotam um sistema <strong>de</strong>sse tipo são a Alemanha e a Dinamarca.<br />
No caso da Alemanha, nenhuma ação sindical é permitida<br />
ou protegida em relação a qualquer tema que tenha sido abordado<br />
em um acordo coletivo durante toda a sua duração. No entanto,<br />
conflitos em torno <strong>de</strong> questões não previstas no acordo po<strong>de</strong>m ser<br />
colocados. No caso da Dinamarca, a conclusão <strong>de</strong> um acordo obrigatório<br />
significa que nenhuma outra reivindicação econômica po<strong>de</strong><br />
ser suscitada em nenhuma frente e, principalmente, que nenhuma<br />
reivindicação po<strong>de</strong> ser suscitada por meio <strong>de</strong> uma ação sindical.<br />
Quando surgem conflitos em torno da interpretação ou aplicação<br />
<strong>de</strong> um acordo (conflitos <strong>de</strong> direitos), a obrigação <strong>de</strong> paz prevê<br />
que eles po<strong>de</strong>m ser submetidos a uma arbitragem ou adjudicação<br />
obrigatória nos tribunais. Em sistemas mais graduados, as partes<br />
po<strong>de</strong>riam tentar conciliar suas diferenças ou explorar maneiras<br />
<strong>de</strong> resolver um problema para chegarem a um acordo elas próprias,<br />
submetendo o conflito a arbitragem somente quando essa<br />
abordagem fracassa. Exemplos <strong>de</strong>ssa abordagem po<strong>de</strong>m ser encontrados<br />
na legislação da Venezuela e do Estado <strong>de</strong> Washington,<br />
nos Estados Unidos.<br />
Proibições <strong>de</strong> ações sindicais no caso <strong>de</strong> conflitos <strong>de</strong> direitos<br />
Um árbitro ou tribunal po<strong>de</strong>, por <strong>de</strong>finição, resolver conflitos <strong>de</strong> direitos.<br />
Pelo menos <strong>de</strong> acordo com a lei, uma autorida<strong>de</strong> oficial po<strong>de</strong><br />
emitir uma <strong>de</strong>cisão final para um conflito. Teoricamente, portanto,<br />
é possível eliminar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ações sindicais para uma ampla<br />
gama <strong>de</strong> conflitos. Os sistemas trabalhistas <strong>de</strong> muitos países incorporam<br />
esse princípio, tornando as greves ilegais e obrigando as<br />
partes a recorrer a autorida<strong>de</strong>s arbitrais e judiciais na eventualida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> conflitos em torno das seguintes questões, entre outras:<br />
• reconhecimento <strong>de</strong> sindicatos; 188<br />
• <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negociação; 189<br />
188 Como nos casos dos Estados Unidos e do Canadá.<br />
189 Estados Unidos, Canadá e Austrália, entre outros.<br />
Parte II. Resolução <strong>de</strong> conflitos<br />
137