Manual de negociacao coletiva - International Labour Organization
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<strong>Manual</strong> <strong>de</strong> negociação <strong>coletiva</strong> e resolução <strong>de</strong> conflitos no serviço público<br />
<strong>de</strong>rados. Se os argumentos forem aceitos, a negociação provisória<br />
é endossada. Caso contrário, as partes abandonam ou<br />
modificam seu acordo provisório anterior ou uma ou mais das<br />
partes insistem em fazê-lo valer por meios legais, como por<br />
meio <strong>de</strong> mecanismos acordados <strong>de</strong> solução <strong>de</strong> conflitos como<br />
a mediação, a arbitragem ou o exercício do po<strong>de</strong>r do mercado<br />
<strong>de</strong> trabalho (veja abaixo).<br />
Ainda que a negociação posicional em torno <strong>de</strong> questões monetárias<br />
seja inevitável, as partes po<strong>de</strong>m abordar os aspectos não monetários<br />
da agenda <strong>de</strong> negociação com um foco maior na resolução <strong>de</strong> problemas.<br />
Quando os empregadores do Estado não po<strong>de</strong>m abrir mão <strong>de</strong><br />
suas condições estabelecidas, ainda há uma margem consi<strong>de</strong>rável para<br />
que negociadores flexíveis abor<strong>de</strong>m outros aspectos, como o equilíbrio<br />
entre a vida profissional e pessoal, a organização do trabalho e,<br />
certamente, até mesmo a distribuição da alocação dos salários agregados<br />
<strong>de</strong> maneiras criativas que satisfaçam ou conciliem os respectivos<br />
interesses das partes da melhor maneira possível. 76<br />
76 De fato, as questões abrangidas pela negociação <strong>coletiva</strong> mudam ao longo do<br />
tempo e refletem mudanças no mercado <strong>de</strong> trabalho. Atualmente, as negociações<br />
po<strong>de</strong>m abranger temas como teletrabalho, relações empregatícias, proteção<br />
<strong>de</strong> dados pessoais e mecanismos alternativos <strong>de</strong> resolução <strong>de</strong> conflitos. Além<br />
disso, em alguns países a negociação po<strong>de</strong> incluir questões nas áreas <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> carreira, tempo livre, in<strong>de</strong>nização, sistemas <strong>de</strong> avaliação,<br />
gratificações/remuneração por <strong>de</strong>sempenho, licença-família, regimes <strong>de</strong><br />
pensões e educação continuada; no Canadá, por exemplo, observa-se uma<br />
atenção crescente a disposições relativas à cobertura médica e à segurança das<br />
aposentadorias. Além disso, um tema cada vez mais discutido são os pacotes <strong>de</strong><br />
compromissos, que envolvem concessões acordadas pelos sindicatos em troca<br />
<strong>de</strong> compromissos assumidos pelos empregadores <strong>de</strong> manter a produção e os<br />
empregos nas instalações existentes. Esses pacotes permitem que concessões<br />
relativas a aumentos salariais, jornada <strong>de</strong> trabalho e alguns outros benefícios<br />
sejam acordadas em troca da estabilida<strong>de</strong> no emprego. Os chamados acordos<br />
flexíveis para evitar redundâncias e os pactos <strong>de</strong> emprego e competitivida<strong>de</strong> estão<br />
estreitamente relacionados a esse tipo <strong>de</strong> acordo. Tais acordos po<strong>de</strong>m incluir uma<br />
série <strong>de</strong> questões relacionadas à contenção <strong>de</strong> custos, ao horário <strong>de</strong> trabalho, à<br />
organização do trabalho e à flexibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s. No entanto, há pontos<br />
<strong>de</strong> vistas conflitantes sobre a conveniência e o impacto <strong>de</strong>sses acordos (OIT:<br />
Freedom of association in practice: Lessons Learned, Conferência Internacional do<br />
Trabalho, 97ª Sessão, 2008, págs. 23–25). O Relatório <strong>de</strong> Negociações Salariais<br />
2008, publicado pelo Instituto <strong>de</strong> Recursos e Pesquisas <strong>de</strong> Trabalho (LaRRI),<br />
sugere que os sindicatos <strong>de</strong>veriam abandonar a tradição <strong>de</strong> negociar apenas<br />
por salários e incluir outros benefícios como moradia, transporte, assistência<br />
médica, etc., o que acabará por promover o bem-estar geral dos trabalhadores e<br />
<strong>de</strong> suas famílias. O Relatório também incentiva trabalhadores e seus sindicatos<br />
não apenas a enfocar acordos por melhores salários, mas também a consi<strong>de</strong>rar<br />
seriamente políticas econômicas e sociais alternativas para que os <strong>de</strong>safios do<br />
<strong>de</strong>semprego em massa e pobreza sejam superados. (Wage Gap Increases in<br />
Namibia: Wage Bargaining Report 2008. Instituto <strong>de</strong> Recursos e Pesquisas <strong>de</strong><br />
Trabalho (LaRRI), setembro <strong>de</strong> 2009, págs. 27-28).<br />
Parte I: Prevenção <strong>de</strong> conflitos<br />
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