30.11.2014 Views

Manual de negociacao coletiva - International Labour Organization

Manual de negociacao coletiva - International Labour Organization

Manual de negociacao coletiva - International Labour Organization

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

28. Ação sindical<br />

A ação industrial (ou seja, todas as formas <strong>de</strong> paralisações, reduções<br />

e greves <strong>de</strong> trabalho que incluem, no caso <strong>de</strong> empregadores,<br />

a implementação unilateral <strong>de</strong> mudanças nas condições<br />

<strong>de</strong> emprego) é normalmente consi<strong>de</strong>rada um elemento integral<br />

<strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> negociação <strong>coletiva</strong> e, <strong>de</strong> um modo geral, isso<br />

também vale para as relações <strong>de</strong> trabalho no setor público. Em<br />

última análise, os preços estabelecidos no mercado <strong>de</strong> trabalho<br />

baseiam-se substancialmente no po<strong>de</strong>r político, social e <strong>de</strong> mercado<br />

que os atores relevantes conseguem exercer. A expressão<br />

do po<strong>de</strong>r é mediada por muitos fatores sociais como normas<br />

comunitárias, restrições econômicas e leis.<br />

A ação sindical, ou a ameaça da ação sindical, <strong>de</strong>sempenha um<br />

papel fundamental em um processo <strong>de</strong> negociação eficaz. Quando<br />

interesses conflitantes precisam ser conciliados, saber que a<br />

outra parte tem a capacida<strong>de</strong> e o direito <strong>de</strong> exercer po<strong>de</strong> ajudar<br />

a orientar os negociadores. Isso os obriga a levar a outra parte a<br />

sério e a chegar a um acordo <strong>de</strong> compromisso. Nesse importante<br />

sentido, a ação sindical é funcional à negociação <strong>coletiva</strong>. Estudos<br />

recentes <strong>de</strong>stacaram que questões salariais e a estabilida<strong>de</strong><br />

no emprego continuam a ser as principais causas dos conflitos<br />

industriais. As chamadas greves “políticas” são motivadas por<br />

políticas governamentais como previdência social, reforma da<br />

legislação trabalhista e assim por diante. 183<br />

A ação sindical, no entanto, tem um preço tanto para as partes<br />

imediatas quanto para outros atores envolvidos. Isso vale<br />

principalmente para o setor público, no qual a interrupção <strong>de</strong><br />

serviços sociais quase sempre acarreta efeitos negativos para a<br />

comunida<strong>de</strong> maior. No caso <strong>de</strong> serviços públicos essenciais, a<br />

interrupção po<strong>de</strong> ser simplesmente consi<strong>de</strong>rada inaceitável.<br />

Essas consi<strong>de</strong>rações não impediram que muitos países com um<br />

excelente histórico <strong>de</strong> resolução <strong>de</strong> conflitos – como Noruega,<br />

Suécia, Dinamarca e Finlândia – mantivessem o direito à greve<br />

mesmo no setor público.<br />

183 OIT: Freedom of association in practice: Lessons learned, Conferência<br />

Internacional do Trabalho, 97ª Sessão, 2008, pág. 14.<br />

132<br />

DEPARTAMENTO DE ATIVIDADES SETORIAIS

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!