Manual de negociacao coletiva - International Labour Organization
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Embora a arbitragem <strong>de</strong> oferta final represente um estágio mais<br />
avançado da arbitragem convencional, é melhor consi<strong>de</strong>rá-la<br />
como uma alternativa ao mo<strong>de</strong>lo mais usado que só <strong>de</strong>ve ser adotada<br />
como uma exceção <strong>de</strong>liberada. Profissionais familiarizados<br />
com ambos os sistemas geralmente consi<strong>de</strong>ram mais criterioso o<br />
mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> uso mais generalizado.<br />
Como regra geral, a sentença <strong>de</strong> um árbitro não está sujeita a apelação<br />
ao sistema jurídico formal. 160 Ainda que os méritos da sentença<br />
não possam ser contestados em tribunais ordinários, normalmente<br />
seria possível revisar o processo ou resultado <strong>de</strong> uma arbitragem<br />
com base em alguma irregularida<strong>de</strong> 161 ou ilegalida<strong>de</strong>. 162<br />
A arbitragem constitui uma alternativa ao exercício <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<br />
como um método <strong>de</strong> resolução <strong>de</strong> impasses que dificilmente seriam<br />
superados por outros mecanismos e ela é frequentemente<br />
vista por todas as partes como uma alternativa preferível e racional.<br />
163<br />
Embora possa ser usada para resolver um conflito por inteiro,<br />
a arbitragem voluntária frequentemente funciona muito bem<br />
quando as partes a aplicam <strong>de</strong> maneira mais seletiva, como, por<br />
exemplo, para solucionar apenas alguns dos elementos <strong>de</strong> uma<br />
questão maior.<br />
A legitimida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> arbitragem voluntária e, por<br />
conseguinte, a aceitabilida<strong>de</strong> do seu resultado geralmente não serão<br />
questionadas, precisamente porque a opção foi acordada conjuntamente.<br />
Seu caráter voluntário significa que, diferentemente<br />
da arbitragem compulsória (veja abaixo), o perigo <strong>de</strong> um efeito<br />
inibidor no processo <strong>de</strong> negociação subjacente não <strong>de</strong>ve surgir<br />
tão rapidamente.<br />
160 Embora as próprias partes às vezes estabeleçam um processo interno <strong>de</strong><br />
apelação.<br />
161 Por exemplo, se o árbitro não oferecer uma oportunida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada para que<br />
uma das partes seja ouvida.<br />
162 Por exemplo, se o árbitro emitir uma sentença que exceda os po<strong>de</strong>res estipulados<br />
nos termos <strong>de</strong> referência aplicáveis ou que contrarie políticas públicas.<br />
163 Nas célebres palavras <strong>de</strong> Henry Bournes Higgins, segundo presi<strong>de</strong>nte do<br />
tribunal fe<strong>de</strong>ral do trabalho na Austrália (<strong>de</strong> 1907 a 1921): “[O] processo <strong>de</strong><br />
conciliação, com a arbitragem em segundo plano, substitui processos grosseiros<br />
e bárbaros <strong>de</strong> greve e lockout. A razão <strong>de</strong>ve substituir a força; o po<strong>de</strong>r do Estado<br />
resi<strong>de</strong> na sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> impor a paz entre pessoas envolvidas em conflitos<br />
industriais e outros tipos <strong>de</strong> conflitos; e tudo em benefício do público”.<br />
120<br />
DEPARTAMENTO DE ATIVIDADES SETORIAIS