Manual de negociacao coletiva - International Labour Organization
Manual de negociacao coletiva - International Labour Organization
Manual de negociacao coletiva - International Labour Organization
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Convenção n. 154 e o serviço público 74<br />
A Convenção reconhece que negociações <strong>coletiva</strong>s no serviço público<br />
po<strong>de</strong>m ser diferentes das realizadas em outras áreas <strong>de</strong><br />
ativida<strong>de</strong> econômica. Isso porque as condições <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong>sse<br />
setor geralmente são concebidas para serem uniformes. Em geral,<br />
essas condições são aprovadas pelo parlamento e aplicam-<br />
-se a todos os servidores públicos. Elas frequentemente contêm<br />
normas exaustivas em matéria <strong>de</strong> direitos, <strong>de</strong>veres e condições<br />
<strong>de</strong> serviço que <strong>de</strong>ixam pouco espaço para a negociação e po<strong>de</strong>m<br />
exigir emendas em leis sobre condições <strong>de</strong> emprego. Essas negociações<br />
são, portanto, muitas vezes centralizadas.<br />
A situação singular do serviço público em negociações <strong>coletiva</strong>s<br />
também <strong>de</strong>corre do seu financiamento. Salários e outras<br />
condições <strong>de</strong> emprego <strong>de</strong> servidores públicos têm implicações<br />
financeiras que <strong>de</strong>vem estar refletidas nos orçamentos públicos.<br />
Os orçamentos são aprovados por órgãos como parlamentos,<br />
que nem sempre são empregadores direitos <strong>de</strong> servidores<br />
públicos. As negociações com implicações financeiras para o<br />
serviço público são, portanto, frequentemente centralizadas e<br />
sujeitas a diretrizes ou ao controle <strong>de</strong> órgãos externos, como<br />
do ministério da fazenda ou comissões interministeriais.<br />
Esses aspectos incluem também outras questões, como a <strong>de</strong>terminação<br />
dos temas negociáveis, a jurisdição das diversas<br />
estruturas do Estado e a <strong>de</strong>finição das partes negociadoras em<br />
diferentes níveis.<br />
Modalida<strong>de</strong>s especiais<br />
Com base nessas questões, o Artigo 1(3) da Convenção permite<br />
“modalida<strong>de</strong>s particulares” <strong>de</strong> aplicação que po<strong>de</strong>m ser fixadas<br />
por leis ou regulamentos nacionais, ou pela prática nacional do<br />
serviço público. As modalida<strong>de</strong>s especiais po<strong>de</strong>m incluir:<br />
• o parlamento ou a autorida<strong>de</strong> orçamentária competente estabelecerem<br />
limites superiores ou inferiores para negociações<br />
salariais ou <strong>de</strong>finirem um pacote orçamentário geral no qual as<br />
partes possam negociar cláusulas monetárias ou normativas;<br />
• disposições legislativas conce<strong>de</strong>rem às autorida<strong>de</strong>s financeiras<br />
o direito <strong>de</strong> participar <strong>de</strong> negociações <strong>coletiva</strong>s ao lado<br />
do empregador direto;<br />
• harmonização <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> negociação acordado com<br />
uma estrutura legal, como observado em muitos países;<br />
• a <strong>de</strong>terminação inicial pela autorida<strong>de</strong> legislativa das diretrizes<br />
sobre temas negociáveis, os níveis em que a negociação<br />
74 Reproduzido <strong>de</strong> S. Olney e M. Rueda: Convention No. 154: Promoting collective<br />
bargaining (Genebra, OIT, 2005), pág. 14.<br />
50<br />
DEPARTAMENTO DE ATIVIDADES SETORIAIS