Texto completo em PDF - Museu da Vida
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Anexo 5: Matérias do Corpus Restrito<br />
Matéria I<br />
Desabamentos levaram à realização do estudo<br />
Tijolos são reprovados<br />
no teste de resistência<br />
Pesquisa <strong>da</strong> UFPE revela que os tijolos fabricados na Região<br />
Metropolitana do Recife são frágeis e apresentam tamanho e forma irregulares. As recomen<strong>da</strong>ções <strong>da</strong><br />
Associação Brasileira de Normas Técnicas não vêm sendo observa<strong>da</strong>s<br />
Os tijolos consumidos no Grande Recife não apresentam resistência suficiente para compor<br />
estruturas de sustentação de construções. No máximo se prestam para as paredes de ve<strong>da</strong>ção, que serv<strong>em</strong><br />
de divisórias entre os cômodos. A constatação é de uma pesquisa realiza<strong>da</strong> pelo Departamento de<br />
Engenharia Civil <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal de Pernambuco, encomen<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo Conselho Regional de<br />
Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA).<br />
"Não há, nesse ramo, um órgão que exerça o controle de quali<strong>da</strong>de. O consumidor não t<strong>em</strong><br />
como saber a quali<strong>da</strong>de do produto que está comprando", explica o professor Inácio Ávila, que realizou o<br />
trabalho com Paulo Chaves (também professor <strong>da</strong> UFPE) e dois representantes do CREA: Oswaldo<br />
Fonseca e Afonso Vitório. O interesse do conselho sobre o t<strong>em</strong>a surgiu no ano passado, quando<br />
ocorreram, no intervalo de poucos meses, três desabamentos no Grande Recife. "O CREA queria que<br />
investigáss<strong>em</strong>os a quali<strong>da</strong>de do produto que abastece esse mercado", l<strong>em</strong>bra Ávila.<br />
Tomando como base as normas <strong>da</strong> Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), os<br />
pesquisadores testaram o produto de 30 <strong>da</strong>s mais de 200 cerâmicas que exist<strong>em</strong> no raio de 250<br />
quilômetros a partir do Recife. A ABNT estipula como limite mínimo para a tensão de ruptura dos<br />
tijolos portantes (os que sustentam as construções) quatro megapascais (peso dividido pela área onde<br />
ocorre a pressão). Já os tijolos de ve<strong>da</strong>ção têm limite inferior, de 1,5 megapascal.<br />
"Nas amostras cedi<strong>da</strong>s pelos fabricantes, encontramos tijolos fissurados ou com as laterais<br />
inclina<strong>da</strong>s. Além disso, a resistência variava entre 0,5 e 10 megapascais", diz Ávila. Em média, os<br />
tijolos de seis furos (formato que não é aceito pela ABNT) apresentaram tensões de ruptura média de<br />
3,48 mPa. Os de oito furos, 2,90 mPa.<br />
TAMANHOS DIFERENTES - A resistência de um tijolo depende de fatores como t<strong>em</strong>po de queima e<br />
<strong>da</strong> forma como a mistura é amassa<strong>da</strong>. Assim, algumas orientações de padronização poderiam aproximar<br />
os dois extr<strong>em</strong>os. Até nos tamanhos a diferença é gritante. Qu<strong>em</strong> compra material de construção de<br />
armazéns diferentes corre o risco de ter de amol<strong>da</strong>r tijolos na<strong>da</strong> parecidos. Os blocos de seis furos têm<br />
três alturas diferentes: 10, 12,5 e 15 cm. Já os de oito furos variam entre 19 e 21 cm. "Para igualar os<br />
blocos, é preciso usar muita argamassa, o que compromete a resistência <strong>da</strong> parede", explica Inácio Ávila.<br />
Ao longo do trabalho, os pesquisadores fizeram um levantamento <strong>da</strong>s cerâmicas existentes e<br />
selecionaram aquelas de onde seriam recolhi<strong>da</strong>s as amostras. As cerâmicas foram dividi<strong>da</strong>s <strong>em</strong> oito<br />
regiões, incluindo o Recife e as áreas mais próximas. Ca<strong>da</strong> um dos 740 tijolos recolhidos foi submetido a<br />
tensões, com o objetivo de calcular até que ponto havia resistência. Em segui<strong>da</strong>, extraiu-se uma média<br />
geral e uma média por região. "Notamos que cerâmicas localiza<strong>da</strong>s às margens do Rio Capibaribe<br />
apresentam um produto que tende a ser menos resistente, possivelmente por causa <strong>da</strong> composição <strong>da</strong><br />
argila naqueles locais", acrescenta Ávila.<br />
O pesquisador diz que o estudo, até agora financiado pela Facepe (Fun<strong>da</strong>ção de Amparo à<br />
Ciência do Estado de Pernambuco), poderia ser continuado. "Seria interessante estender os testes que<br />
fiz<strong>em</strong>os a algumas amostras de paredes, para avaliar a quali<strong>da</strong>de do produto já construído e testar tijolos<br />
fabricados ao longo de um ano, <strong>em</strong> diferentes condições de umi<strong>da</strong>de", continua Ávila. Segundo ele, se a<br />
situação é tão diversa do que é proposto pela norma, é possível que esse padrão seja muito rígido - ou<br />
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