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Texto completo em PDF - Museu da Vida

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alterações resultantes, entre outros fatores, <strong>da</strong>s características próprias de ca<strong>da</strong> uma dessas<br />

mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des, <strong>da</strong> reação do público, e também do estado <strong>em</strong>ocional do falante. De igual<br />

modo, é natural que, no jornalismo impresso, ocorram modificações nas falas dos<br />

entrevistados, mesmo quando determinados sinais gráficos (aspas, dois pontos, travessão)<br />

indicar<strong>em</strong> literali<strong>da</strong>de. Vale notar que essa posição deve-se basicamente ao fato de que a<br />

simples mu<strong>da</strong>nça de contexto implica modificações (cf. Tannen,1989).<br />

Trazendo a discussão para o t<strong>em</strong>a desta dissertação, destacamos que as citações são<br />

considera<strong>da</strong>s como uma questão probl<strong>em</strong>ática, e responsável, no mais <strong>da</strong>s vezes, pelas<br />

reclamações de distorções nos textos de divulgação científica. Julgamos, contudo que, no<br />

jornalismo, os probl<strong>em</strong>as acarretados pelo uso do discurso relatado são<br />

superdimensionados, pois, reiteramos, qualquer tipo de texto (falado ou escrito) que traga<br />

citações de outr<strong>em</strong> ou mesmo do próprio enunciador encerra alterações, <strong>em</strong> maior ou<br />

menor grau. As exceções talvez existam nas obras de ficção, onde é o próprio enunciador<br />

qu<strong>em</strong> "cria" as falas do narrador e dos personagens.<br />

No caso <strong>da</strong>s matérias jornalísticas oriun<strong>da</strong>s de entrevistas, por ex<strong>em</strong>plo, exist<strong>em</strong> as<br />

alterações pertinentes à mu<strong>da</strong>nça de contexto, há a "limpeza" <strong>da</strong>s características <strong>da</strong> fala<br />

coloquial, resultado natural <strong>da</strong> transformação <strong>da</strong> fala <strong>em</strong> escrita, além <strong>da</strong> condensação dos<br />

enunciados, uma exigência imposta pelos cânones <strong>da</strong> imprensa. O essencial é que o<br />

conteúdo proposicional seja preservado. Mas, exist<strong>em</strong> posições diametralmente opostas a<br />

nossa, a ex<strong>em</strong>plo <strong>da</strong> Folha de S. Paulo (1984:31): "Ao reproduzir uma declaração textual é<br />

proibido alterar a literali<strong>da</strong>de do que foi dito, mesmo que se trate de alterações que<br />

mantenham intacto o sentido <strong>da</strong> declaração". Consideramos esta regra extr<strong>em</strong>amente purista<br />

e utópica. Por não levar <strong>em</strong> conta as diferenças entre a fala e a escrita, é muito provável que<br />

nunca seja segui<strong>da</strong> à risca.<br />

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