Texto completo em PDF - Museu da Vida
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Matéria II<br />
Pesquisador cria amplificador óptico<br />
O<br />
equipamento<br />
deve aumentar a<br />
veloci<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s<br />
transmissões de<br />
imag<strong>em</strong> e som<br />
O Departamento de Física <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal de Pernambuco acaba de produzir um<br />
amplificador óptico para comunicações, capaz de substituir os similares eletrônicos, possibilitando maior<br />
veloci<strong>da</strong>de e melhor quali<strong>da</strong>de na transmissão de imagens e som. A Telebrás deverá testá-lo no próximo<br />
mês, podendo utilizá-lo na rede costeira de comunicações que <strong>em</strong> breve ligará todo o Brasil por meio de<br />
fibras ópticas.<br />
O amplificador é um aparelho capaz de ampliar um sinal, por meio de uma fonte de<br />
bombeamento, que gera energia. No amplificador eletrônico o bombeamento é feito eletricamente e o<br />
el<strong>em</strong>ento amplificador é o transístor. "No equipamento óptico, o el<strong>em</strong>ento que amplifica as mensagens é<br />
uma fibra óptica dopa<strong>da</strong> com íons de terras raras (érbio) e o bombeador é o laser de diodo", explica o<br />
físico Anderson Gomes, responsável pela pesquisa que produziu o aparelho.<br />
Segundo ele, as informações serão transmiti<strong>da</strong>s com maior rapidez porque a luz se propaga mil<br />
vezes mais rápido nas fibras ópticas do que nos fios comuns. A quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s informações melhora<br />
porque o vidro, material de que são feitas as fibras, é imune aos ruídos. "Isso evita erros na transmissão<br />
<strong>da</strong>s comunicações", explica o pesquisador.<br />
ERROS - Quando os <strong>da</strong>dos sa<strong>em</strong> de um computador, por ex<strong>em</strong>plo, são transformados <strong>em</strong> bits, para<br />
ser<strong>em</strong> enviados ao receptor. Os bits (binary digits, ou dígitos binários) são combinações dos números 1 e<br />
0. Só quando chegam ao seu destinatário as combinações são traduzi<strong>da</strong>s, reproduzindo a mensag<strong>em</strong>.<br />
"Quando a transmissão de <strong>da</strong>dos é feita por fios comuns, muitas vezes as seqüências de bits se<br />
confund<strong>em</strong>, por causa dos ruídos, alterando o conteúdo <strong>da</strong> informação", diz Gomes. As fibras ópticas<br />
evitam isso.<br />
De acordo com Anderson Gomes, to<strong>da</strong> linha de transmissão superior a 100 quilômetros precisa<br />
de um amplificador. Se ele for eletrônico, deve ser trocado s<strong>em</strong>pre que houver aumento na escala de<br />
transmissão. "Isso não ocorre com os ópticos, que resist<strong>em</strong> ao aumento <strong>da</strong> d<strong>em</strong>an<strong>da</strong>", explica. O físico<br />
diz que o amplificador pode agüentar muito b<strong>em</strong> desde 32 megabits (32 milhões de informações por<br />
segundo) até 2,5 gigabits (2,5 bilhões de informações por segundo).<br />
"É uma grande bobag<strong>em</strong> utilizar um amplificador eletrônico <strong>em</strong> substituição ao óptico que dura<br />
muito mais e não precisa ser trocado constant<strong>em</strong>ente", avalia Gomes. A própria Universi<strong>da</strong>de Federal de<br />
Pernambuco já utiliza fibras ópticas para interligar computadores entre seus departamentos. A<br />
comunicação com a Fun<strong>da</strong>ção Instituto de Tecnologia de Pernambuco (ITEP) também é feita através <strong>da</strong>s<br />
fibras.<br />
Gomes acrescenta que é por falta de fibras e transmissores ópticos que está sendo difícil<br />
expandir o número de linhas telefônicas <strong>em</strong> Pernambuco e no no Brasil. "Se o sist<strong>em</strong>a óptico fosse<br />
utilizado, o estado poderia atender s<strong>em</strong> probl<strong>em</strong>as a crescente d<strong>em</strong>an<strong>da</strong> e ter bons lucros com esse<br />
mercado", diz. No Brasil, qu<strong>em</strong> desenvolveu a tecnologia de fabricação <strong>da</strong>s fibras foi a Universi<strong>da</strong>de de<br />
Campinas (Unicamp), há cinco anos. Mas desde 1970 a fibra é mundialmente conheci<strong>da</strong>. A Unicamp<br />
repassou sua tecnologia a uma <strong>em</strong>presa paulista que comercializa o produto.<br />
Quando a Telebrás testar o amplificador de Anderson Gomes - que só t<strong>em</strong> similar na Unicamp,<br />
onde os cientistas estão realizando pesquisa s<strong>em</strong>elhante - o fará simulando seu uso num percurso<br />
superior a 100 quilômetros. Isso será feito sobre uma mesa, com a distribuição circular de três<br />
quilômetros de fibras ópticas. "Deixar<strong>em</strong>os o sinal propagando por trinta vezes nas fibras e depois o<br />
retirar<strong>em</strong>os e analisar<strong>em</strong>os sua quali<strong>da</strong>de", explica o pesquisador.<br />
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Fonte:Ciência/Meio Ambiente. Jornal do Commercio<br />
Recife, 2 de janeiro de 1994. p. 9