Diálogos Transdisciplinares em Girl with a Pearl Earring: a Arte ...
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perigos das paixões, dessa maneira a carta que será entregue a dama<br />
elegant<strong>em</strong>ente vestida é interpretada como uma carta de amor. A s<strong>em</strong>elhança<br />
entre as vestes das figuras, o modo como a luz prateada do dia incide e a<br />
composição geométrica, d<strong>em</strong>onstra que Metsu e Vermeer provavelmente segu<strong>em</strong><br />
com grande atenção os desenvolvimentos artísticos de outros pintores.<br />
A relação amorosa está entre os mais interessante t<strong>em</strong>as desenvolvidos pela<br />
Escola de Delft. Até então, o amor entre hom<strong>em</strong> e mulher apenas era aceito<br />
através de representações bíblicas ou históricas com um inevitável caráter moral,<br />
ético ou religioso. Como alternativa, os artistas de Delft, passaram a representar<br />
elegantes casais da burguesia, discretamente engajados a tocar um instrumento, já<br />
que este era associado com o amor e a paixão. A espineta, também conhecida<br />
como virginal, a tapeçaria oriental, o ladrilho preto e branco e o tampo de ébano<br />
são encontrados <strong>em</strong> muitas pinturas deste período.<br />
Embora Gerard Terborch não possa ser considerado um m<strong>em</strong>bro direto da Escola<br />
de Delft, apesar disso, ele exerceu uma forte influência. Recent<strong>em</strong>ente foi<br />
descoberto documentos históricos que prova que Terborch teve um breve contato<br />
com Vermeer <strong>em</strong> Deft logo após o casamento deste. Terborch converteu-se no<br />
grande reformador do gênero, sendo um dos primeiros a especializar-se <strong>em</strong><br />
requintadas cenas domésticas, explorando nuances sutis. Deste modo,<br />
independent<strong>em</strong>ente das suas grandes qualidades, esterder-se-á muito mais no<br />
sentido do refinamento, até mesmo virtuosismo, do que propriamente da<br />
profundidade. Freqüent<strong>em</strong>ente, as suas obras são comparadas com as de Vermeer,<br />
por causa das suas analogias t<strong>em</strong>áticas e psicológicas.<br />
Esta geração de pintores unifica os el<strong>em</strong>entos constitutivos da imag<strong>em</strong> (disposição<br />
das figuras no espaço, desenho, distribuição de luz) <strong>em</strong> vez de considerá-los de<br />
maneira isolada. As obras ganham assim <strong>em</strong> naturalidade e <strong>em</strong> força. A. Blankert<br />
(Blankert: 1995, 31-42) assinala que esta fase chamada “clássica” já havia sido