Diálogos Transdisciplinares em Girl with a Pearl Earring: a Arte ...
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o impressionismo reelaborou o espaço tridimensional e a definição das formas,<br />
solicitando ao observador um processo de interpretação e reconstrução dos dados<br />
sensoriais. As obras de Pissarro, Monet, Degas, Manet ou Renoir apresentam ao<br />
espectador novas exigências e compromissos interpretativos e uma reelaboração<br />
cognitiva das imagens que se propõ<strong>em</strong>.<br />
Nos primeiros anos do século XX, o cubismo desestrutura o espaço e a figuração,<br />
ao forçar a qu<strong>em</strong> observa as obras cubistas a situar-se <strong>em</strong> diversos pontos de vista<br />
de maneira simultânea. O cubismo e a abstração levam o espectador a um jogo<br />
imaginativo, de maneira que a evolução até a arte conceitual, nos afastam dos<br />
componentes que suportam a realidade representada.<br />
O regresso aos referentes imersivos se produz<strong>em</strong> de maneira periódica, de tal<br />
maneira que o surrealismo recupera a imag<strong>em</strong> figurativa ainda que com um<br />
espírito provocador, sendo Salvador Dali um ex<strong>em</strong>plo paradigmático desta opção.<br />
No campo literário, as representações que permit<strong>em</strong> a imersão e a interatividade<br />
do leitor, mediante técnicas que permit<strong>em</strong> uma narração transparente, na qual<br />
“desaparece” (grifo meu) a intervenção do autor, t<strong>em</strong> se alternado com as<br />
tendências literárias com um estilo intervencionista no qual a linguag<strong>em</strong> aparece<br />
como uma barreira, do mesmo modo que a superfície plana (bidimensional) da<br />
pintura constituí um muro invisível que impede a intereção física com o<br />
representado.<br />
A estética do romance do século XIX se inclinou para o realismo; fazendo<br />
invisível o narrador e segundo Ryan:<br />
Transportó al lector a un cuerpo virtual situado en el lugar de la acción, un lugar<br />
al que convistió en testigo directo de los hechos, tanto mentales como físicos,<br />
que parecían estar contándose por sí mismos (Ryan, 2004: 21).<br />
As técnicas narrativas do século XIX aprofundaram as qualidades imersivas do<br />
romance. Com a chegada do século XX, apareceram tendências estéticas que,