18.06.2013 Views

Diálogos Transdisciplinares em Girl with a Pearl Earring: a Arte ...

Diálogos Transdisciplinares em Girl with a Pearl Earring: a Arte ...

Diálogos Transdisciplinares em Girl with a Pearl Earring: a Arte ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

aos poetas, com carreiras muitas vezes frustradas e s<strong>em</strong> meio de subsistência, ante<br />

o apogeu do teatro e da novela, a possibilidade de recuperar a ascendência<br />

perdida. O poeta critica e promove as artes visuais, ao par que oferece criações<br />

originais através do meio ao qual pertence, a linguag<strong>em</strong>.<br />

O certo é que a “d<strong>em</strong>ocratización de la experiencia visual” (Jay 1993: 92), fruto<br />

da extensão dos meios artísticos e tecnológicos destinados a inventar e reproduzir<br />

imagens, alcançou também a classe que formavam os poetas. Se durante os<br />

séculos anteriores os pintores haviam examinado e explorado as fontes literárias,<br />

<strong>em</strong> meados do século XIX os poetas começaram a fazer o mesmo com o amplo<br />

espetro de fontes visuais que tinham a sua disposição. A partir desse momento, a<br />

plástica começou a separar-se e a literatura, por seu turno, se revezou ao ser<br />

invadida e dominada.<br />

1.1.8. O Poeta Crítico de <strong>Arte</strong><br />

Em consonância com o espírito do seu t<strong>em</strong>po, descrito como o mais visual da<br />

história ocidental, Baudelaire proclamou: “glorificar el culto de las imágenes,<br />

(está es mi gran, mi única, mi primitiva pasión)” (Ibid<strong>em</strong>, 102). O poeta – que aos<br />

dezassete anos escrevia sobre uma visita ao Museu de Versalhes: “no sé si tengo<br />

razón, ya que de hecho, no sé nada de pintura [...] no hay duda de que es bastante<br />

ridículo que yo hable así de los pintores” (Baudelaire: 2005, 58) – iniciou sua<br />

carreira literária como crítico de arte com a publicação de uma recensão sobre o<br />

Salão de 1845. Um ano depois enviou uma petição à Société des Gens des Lettres<br />

para “participar de las ventajas de las que [...] gozan sus mi<strong>em</strong>bros en cuanto a la<br />

reproducción de obra” (Ibid<strong>em</strong>: 2005, 136). Na petição se apresenta a si mesmo<br />

como colaborador das revistas L’Espirit Publique e Corsaire-Satan, e “autor de<br />

dos folletos sobre los salones de 1845 y 1846” (Ibid<strong>em</strong>). A sociedade o admite <strong>em</strong><br />

Junho deste mesmo ano. A eleição de um caminho literário que passava pelas

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!