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Diálogos Transdisciplinares em Girl with a Pearl Earring: a Arte ...

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pintores não dev<strong>em</strong> “vaguear pelo domínio dos poetas, arruinando os motivos<br />

destes com um tratamento rude e esforçando-se por representar, por meio de uma<br />

forma ou uma cor visível, a maravilha do que é invisível, o esplendor do que não<br />

se vê” (Ibid<strong>em</strong>, s/f 1169-1170). O mesmo Wilde mostra como a “maravilha do<br />

que é invisível” pode ser expressa através da linguag<strong>em</strong> da poesia:<br />

The flapping of the soul against the mast,<br />

The ripple of the water on the side,<br />

The ripple of the girl’s laughter at the stern.<br />

Ao repetir o vocábulo ripple, alude ao que não é representável <strong>em</strong> uma tela, <strong>em</strong><br />

um po<strong>em</strong>a cujo pictoricismo se anuncia desde o título – Impression de Voyage,<br />

evocando o impressionismo de James McNeill Whistler e Claude Monet – e as<br />

palavras que o abr<strong>em</strong>: um mar sapphire coloured, e um céu heated opal. Na<br />

mencionada compilação, a descrição do quadro Cefalo and Procris, de um<br />

discípulo de Rafael, Julio Romano, serve de desculpa para que Wilde declare:<br />

“grande parte da melhor literatura moderna provém da mesma fonte [quadros]”<br />

(Ibid<strong>em</strong>, s/f 1119). E, posteriormente, admite uma lógica de <strong>em</strong>préstimos inter-<br />

artísticos, já que <strong>em</strong> uma época de fealdade e sensatez, segundo Wilde, “as artes<br />

se inspiram, não na vida, mas uma na outra” (Ibid<strong>em</strong>).<br />

1.1.5. A Newer Laocoön<br />

A última tentativa importante para revisar os pressupostos de Lessing encontra-se<br />

<strong>em</strong> Towards a Newer Laocoön, um ensaio do crítico e historiador de arte norte-<br />

americano Cl<strong>em</strong>ent Greenberg publicado <strong>em</strong> 1940, no qual levou a cabo uma<br />

análise desta lógica dos <strong>em</strong>préstimos inter-artísticos que Wilde já assinalara.<br />

Greenberg sustentava neste ensaio, referindo-se à confusão entre as artes no<br />

século XIX, que “os poderes de cada arte d<strong>em</strong>onstravam-se capturando os efeitos<br />

de suas artes irmãs ou tomando a uma delas como t<strong>em</strong>a” (Greenberg: 1997, 30).<br />

Na medida que a única que conservava uma vigência intata era a arte <strong>em</strong> si<br />

mesma, estabelece, os t<strong>em</strong>as preferíveis eram aqueles que ofereciam às d<strong>em</strong>ais

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