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Diálogos Transdisciplinares em Girl with a Pearl Earring: a Arte ...

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uma ideia do que o artista sentiu ao observar a luz a jorrar através da janela e<br />

realçar a cor de uma peça de tecido.(Gombrinch: 2005, 433).<br />

Na pintura, a representação da luz foi a preocupação constante dos artistas para<br />

conseguir criar sensação de realidade, no caso de Vermeer, com a habilidade de<br />

imitar a luz natural. Os diretores de fotografia inspiram-se nos pintores, onde<br />

buscam ex<strong>em</strong>plos de composição e de iluminação para dar sensações de realidade<br />

ou de sonho e mistério na película cin<strong>em</strong>atográfica. Os quadros de Johannes<br />

Vermeer não são apenas pinturas, mas “filmes parados”, dramas cin<strong>em</strong>áticos <strong>em</strong><br />

tinta e tela.<br />

4.4. O Quadro como Condutor da Narrativa<br />

O pintor Jorge Pinheiro quando leu o livro de Tracy Chevalier, l<strong>em</strong>brou muitas<br />

vezes do filme de Alain Corneau, Tout les Matins du Monde, por ambos se<br />

construír<strong>em</strong> <strong>em</strong> torno do quotidiano de um artista e da sua privacidade. Em<br />

entrevista ao Jornal de Letras, Pinheiro revelou:<br />

A descrição [<strong>em</strong> <strong>Girl</strong> With a <strong>Pearl</strong> <strong>Earring</strong>] de tudo quanto ela habita, toca e<br />

manipula, inventando de forma muito credível o atelier de Vermeer, t<strong>em</strong> uma tal<br />

capacidade de tornar visível o que é descrito no livro que está mesmo a pedir que<br />

o transform<strong>em</strong> <strong>em</strong> imag<strong>em</strong> e <strong>em</strong> imag<strong>em</strong> <strong>em</strong> movimento (Jornal de Letras, 13).<br />

Já João Lopes, também no Jornal de Letras, acredita que um filme como <strong>Girl</strong> <strong>with</strong><br />

a <strong>Pearl</strong> <strong>Earring</strong>, estabelece uma relação com a pintura que é ante de tudo de<br />

contaminação e acrescenta:<br />

A fotografia funciona de facto como el<strong>em</strong>ento estruturante de todo projecto. E<br />

isto porque, mais do que filmar o trabalho de Vermeer ou a sua relação com a<br />

rapariga/modelo, trata-se de criar um universo que “rivalize”, pela luz e pela cor,<br />

com o mundo visual de Vermeer (Ibid<strong>em</strong>, 18).<br />

Assistindo ao filme <strong>Girl</strong> <strong>with</strong> a <strong>Pearl</strong> <strong>Earring</strong> de Peter Weber, filme de estréia<br />

deste realizador no grande ecrã, perceb<strong>em</strong>os que, através de uma narrativa fílmica<br />

calcada na transposição de um romance para a tela cin<strong>em</strong>atográfica, o filme

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