18.06.2013 Views

Diálogos Transdisciplinares em Girl with a Pearl Earring: a Arte ...

Diálogos Transdisciplinares em Girl with a Pearl Earring: a Arte ...

Diálogos Transdisciplinares em Girl with a Pearl Earring: a Arte ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

(deixar<strong>em</strong>os de lado o cin<strong>em</strong>a documental, que, <strong>em</strong> muitos casos, também é,<br />

cin<strong>em</strong>a narrativo). Apenas na época do cin<strong>em</strong>a primitivo e especialmente na<br />

época do cin<strong>em</strong>a vanguardista, pode falar-se da existência do reconhecimento do<br />

cin<strong>em</strong>a poético; posteriormente, somente encontrar<strong>em</strong>os exceções muito pontuais<br />

e, <strong>em</strong> geral, marginais, dentro do que se costuma chamar cin<strong>em</strong>a experimental. De<br />

fato, nessa época, e, sobretudo, no surrealismo, o cin<strong>em</strong>a foi considerado uma<br />

nova forma de poesia visual, com as suas insólitas metáforas e seus ritmos<br />

cinéticos. Além do mais, neste período, o fenômeno da poesia transcende a<br />

clássica visão entre as artes. Daí que o cin<strong>em</strong>a possa ser “instrumento da poesia”,<br />

como dizia Luis Buñuel, e ao mesmo t<strong>em</strong>po um estímulo e um modelo para a<br />

própria poesia escrita.<br />

1.2.5. O Peso da Escrita<br />

Pensamos ser consensual que os cineastas, desde cedo, viram na literatura um<br />

relicário de t<strong>em</strong>as e de estruturas narrativas que poderiam constituir fontes futuras.<br />

Na aurora da sétima arte, David D. Grifith, como ver<strong>em</strong>os mais a frente, não<br />

hesitou <strong>em</strong> reconhecer que conhecera <strong>em</strong> Charles Dickens modelos narrativos,<br />

técnicas, uma concepção de ritmo e suspense, articulando duas ações simultâneas<br />

e paralelas.<br />

Quer abord<strong>em</strong>os o domínio s<strong>em</strong>iótico, na linha de Christian Metz, Yuri Lottman<br />

ou Seymour Chatman, quer abord<strong>em</strong>os as vertentes estética ou histórica, na linha<br />

de Sergei Eisenstein, André Bazin ou Jean Mirty, o cin<strong>em</strong>a não deixa nunca de<br />

estabelecer relações com a literatura. Na verdade, como defende Carlos Reis:<br />

É pois, tecnicamente ajustado postular o cin<strong>em</strong>a como linguag<strong>em</strong> que no fílmico se<br />

articula e falar <strong>em</strong> linguag<strong>em</strong> cin<strong>em</strong>atográfica <strong>em</strong> termos homólogos àqueles <strong>em</strong> que se<br />

fala <strong>em</strong> linguag<strong>em</strong> literária (Reis: 1997, 56).<br />

Assim, a proximidade de narração entre literatura e o cin<strong>em</strong>a é, deste modo, uma<br />

realidade comprovável, como evidencia Vítor Manuel Aguiar e Silva:

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!