18.06.2013 Views

Diálogos Transdisciplinares em Girl with a Pearl Earring: a Arte ...

Diálogos Transdisciplinares em Girl with a Pearl Earring: a Arte ...

Diálogos Transdisciplinares em Girl with a Pearl Earring: a Arte ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

(...) que designa um caso particular de descripción o de relato que dio origen a um<br />

género menor cuyos procedimentos son del orden de la mímesis. Como el texto<br />

ecfrástico representa com palavras uma representación plástica, esta mímesis es<br />

doble. Pero também es ilusória, ya sea porque su objeto es imaginario, o bien<br />

porque su descripción tan sólo hace visible una interpretación dictada menos por<br />

el objeto real ou ficticio que por su función en un contexto literario (Riffaterre:<br />

2000, 161).<br />

As características que tinha <strong>em</strong> sua etapa formativa se foram transformando<br />

através do t<strong>em</strong>po. A partir de Imagines de Filostrato (II d. C.), o plano referencial<br />

irrestrito – que admitia a descrição de qualquer tipo de objeto – se reduziu ao das<br />

obras de arte. Um estudo de Leo Spitzer (1955) sobre outro célebre ex<strong>em</strong>plo<br />

ekphrastic, o po<strong>em</strong>a de John Keats, cont<strong>em</strong>porâneo de Shelley, Ode On a Grecian<br />

Urn, 10 analisa a ruptura definitiva da ekphrasis com seu passado retórico e<br />

reinterpreta a noção como um gênero poético, cujo período de prática mais intensa<br />

se situaria precisamente a partir do século XIX. 11 Quando Baudelaire (1999: 342)<br />

diagnostica o “estado espiritual” da época, penetra também nos efeitos da<br />

transposição: “las artes aspiran, sino a suplirse una a la otra, al mesnos a prestarse<br />

recíprocamente fuerzas nuevas.”<br />

A dinâmica dos vínculos entre artistas, escritores e suas obras a partir do século<br />

XIX pode ser vista na relação entre Baudelaire e Manet. Manet, amigo de<br />

Baudelaire, deu o grande passo rumo ao impressionismo, a partir daí a pintura<br />

deixa de ser uma arte de atelier, libertando-se da hierarquia das acad<strong>em</strong>ias onde<br />

os pintores recebiam a sua formação e também, da hierarquia dos gêneros, ao<br />

apresentar <strong>em</strong> seus quadros inverossimilhança t<strong>em</strong>ática, para Manet, figura e<br />

espaço formam um só contexto.<br />

10 Foi Keats, nas palavras de Avelar: “uma das vozes mais representativas da sua geração [e]<br />

concebeu uma ekphrasis, considerada um dos momentos maiores deste sub género” (Avelar, 102).<br />

11 Transcrevo a definição de Spitzer (Gredos 1982: 72): “a [la Oda] pertenece al género, conocidon<br />

para la literatura occidental desde Homero y Teócrito hasta los parnasianos y Rilke, de la écfrasis:<br />

la descripición poética de una obra de arte pictórica o escultórica, cuya descripción implica – en<br />

términos de Théophile Gautier – une trasnsposition d’art, la reproducción, por medio de palavras,<br />

de objets d’art perceptibles sensorialmente (ut pictura poesis).”

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!