18.06.2013 Views

Diálogos Transdisciplinares em Girl with a Pearl Earring: a Arte ...

Diálogos Transdisciplinares em Girl with a Pearl Earring: a Arte ...

Diálogos Transdisciplinares em Girl with a Pearl Earring: a Arte ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Já José Luis Borau (Borau, 2003), explica que <strong>em</strong> relação ao uso artificial da luz,<br />

boa parte dos artistas barrocos ou românticos manipularam a luz, e construíram<br />

autênticas cenografias luminosas, como foi o caso de R<strong>em</strong>brant, Turner ou<br />

Caravaggio.<br />

No início do cin<strong>em</strong>a, o que se via na tela era uma transposição das técnicas<br />

teatrais de cenotécnica, maquiag<strong>em</strong> e figurino. O cin<strong>em</strong>a dos primórdios, da<br />

década de 1910 a 1920, era teatral, a composição visual ainda se apoiava na<br />

pintura e na fotografia. O cin<strong>em</strong>a ainda engatinhava, descobria através do<br />

experimentalismo como criar uma linguag<strong>em</strong> própria. Mas na opinião de Victor<br />

Erice:<br />

La pintura va a ayudar al cine a liberarse de los artifícios literarios y teatrales<br />

herdados desde su nacimiento, salvándolo de las fórmulas narrativas y las<br />

convenciones dramáticas presentes en los guiones que la industria le ha impuesto<br />

tradicionalmente” (Borau, 120).<br />

As diferenças que se quer<strong>em</strong> estabelecer entre o enquadramento cin<strong>em</strong>atográfico e<br />

o pictórico são insignificantes no plano estético. Exceptuando, talvez, a distinção<br />

que faz referência ao dinamismo da representação de uma determinada realidade.<br />

Além disso, se é certo que o pintor e o realizador pretend<strong>em</strong> a construção de uma<br />

realidade através de el<strong>em</strong>entos comuns (espaço, volume, luz, cor), se deve<br />

observar que enquanto esses el<strong>em</strong>entos revest<strong>em</strong>-se na obra pictórica de um certo<br />

valor considerados <strong>em</strong> si mesmo, no cin<strong>em</strong>a sua importância e seu significado<br />

estão ligados mais a criação do t<strong>em</strong>a e dos personagens. E Grilo sublinha:<br />

A verdadeira influência da pintura no cin<strong>em</strong>a não é feita pelo lado do aspecto,<br />

mas da estrutura. Isto é, a pintura pode dar ao cin<strong>em</strong>a meios para pensar a sua<br />

própria estrutura. (...) De facto, a pintura pode dar ao cin<strong>em</strong>a uma outra maneira<br />

de pensar a sua visualidade, (...) Portanto, o cin<strong>em</strong>a não contém a pintura, n<strong>em</strong> a<br />

pintura contém o cin<strong>em</strong>a. São artes que se desfaz<strong>em</strong> uma à outra (Jornal de<br />

Letras, 17).<br />

O papel das leis da pintura nos probl<strong>em</strong>as do cin<strong>em</strong>a é algo que ainda espera ser<br />

identificado por realizadores, críticos e estudiosos de cin<strong>em</strong>a, se b<strong>em</strong> que todos

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!