Diálogos Transdisciplinares em Girl with a Pearl Earring: a Arte ...
Diálogos Transdisciplinares em Girl with a Pearl Earring: a Arte ...
Diálogos Transdisciplinares em Girl with a Pearl Earring: a Arte ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
que a sua fama, não estava solidamente estabelecida na sua época para poder<br />
resistir ao t<strong>em</strong>po.<br />
Somente <strong>em</strong> 1842, um jov<strong>em</strong> francês, político e jornalista, mas sobretudo um fã e<br />
entendido <strong>em</strong> matéria de pintura, Etienne-Joseph-Théophile Thoré, que se auto<br />
batizou de William Bürger (burguês) (Ibid<strong>em</strong>, 12), ficou tão entusiasmado ao ver<br />
View of Delft, <strong>em</strong> sua primeira vista ao Mauritshuis, <strong>em</strong> Haia, que se atreveu a<br />
considerar este quadro superior ao quadro de R<strong>em</strong>brandt, Doctor Nicolaes Tulp’s<br />
D<strong>em</strong>onstration of the Anatomy of the Arm, 1632. Este amante da arte não<br />
renunciou a “descobrir” Vermeer e quando escreveu: “Para obtever una fotografia<br />
de este Vermeer he hecho loucuras” (Ibid<strong>em</strong>), estas não foram palavras <strong>em</strong> vão.<br />
Bürger-Thoré viajou, explorou, colecionou, tudo para descobrir a personalidade<br />
secreta de Vermeer e encontrar as pistas para os quadros que haviam<br />
desaparecido.<br />
Em 1866, Bürger-Thoré concluiu seu estudo sobre Vermeer. Esta monografia, é o<br />
primeiro grande estudo consagrado a Vermeer, (<strong>em</strong>bora imprecisa e n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre<br />
exata). Publicada <strong>em</strong> forma de artigos, na Gazette des Beaux-Arts, o estudo<br />
classifica Vermeer como “grande mestre”, com lugar reconhecido na história da<br />
arte e uma reputação considerável perante o grande público.<br />
Os impressionistas também observaram com respeito a obra do mestre de Delft,<br />
devido à simplicidade partilhada com os motivos e pelo lugar que se atribuía à luz<br />
e a cor. Vicent van Gogh, reconhece também a harmonia de cores de Vermeer,<br />
quando, por volta de 1888, <strong>em</strong> carta escrita à Émile Bernard, afirma:<br />
É um facto que nos poucos quadros que ele pintou pod<strong>em</strong>os encontrar toda a<br />
gama de cores, mas o amarelo-limão, o azul-claro e o cinzento-claro são uma<br />
característica sua, tal como a harmonia do preto, do branco, do cinzento e do rosa<br />
o são <strong>em</strong> Velásquez (Schneider, 88).