Diálogos Transdisciplinares em Girl with a Pearl Earring: a Arte ...
Diálogos Transdisciplinares em Girl with a Pearl Earring: a Arte ...
Diálogos Transdisciplinares em Girl with a Pearl Earring: a Arte ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Aquando da estréia do filme <strong>Girl</strong> <strong>with</strong> a <strong>Pearl</strong> <strong>Earring</strong> <strong>em</strong> Portugal, Eduardo<br />
Serra, diretor de fotografia, definiu Vermeer, como “aquele que especificamente<br />
pinta a luz, pois a única coisa que realmente lhe interessava era a luz.” E<br />
posteriormente acrescenta: “Ele era o pintor da luz. R<strong>em</strong>brandt pintava a luz sobre<br />
os rostos; Vermeer é somente luz, ponto.” Serra refere-se que no caso específico<br />
deste filme “a luz é um dos protagonistas do filme”, e salienta que <strong>em</strong> muitos dos<br />
quadros do pintor holandês, a luz é o ator principal (DVD: <strong>Girl</strong> <strong>with</strong> a <strong>Pearl</strong><br />
<strong>Earring</strong>).<br />
Para não nos estendermos sobre o uso que faz Vermeer das luz, só<br />
mencionar<strong>em</strong>os dois detalhes: um, a sobre-exposição luminosa, que segundo<br />
Garcia:<br />
Efecto de difícil visión natural, que es causa de la supresión del perfil o los<br />
contornos claramente matizados en manos, nariz, ojos, etc [...] y que, aun como<br />
defecto, el pintor capta y representa fielmente (Garcia, 07).<br />
O outro detalhe consiste <strong>em</strong> que a iluminação das figuras s<strong>em</strong>pre t<strong>em</strong> a sua fonte<br />
situada a esquerda, normalmente proveniente de uma janela. Já Van Eyck e outros<br />
pintores flamengos utilizaram esta mesma localização, mas no caso de Vermeer<br />
constatamos além disso que, salvo exteriores, raras vezes nã utilizava o mesmo<br />
cenário, o mesmo canto de seu estúdio nop sotão da casa de Maria Thins, sua<br />
sogra. Esses poucos metros bastavam a Vermeer como referente espacial.<br />
Em entrevista ao Jornal de Letras, Serra, s<strong>em</strong> querer ser pretensioso, salienta: “a<br />
luz de Vermeer é a minha luz, ao fazer a minha estava a fazer a dele.” Mais<br />
adiante explica que teve de “respeitar as fontes de luz naturais”, que no caso do<br />
pintor de Delft, se caracteriza pela luz de norte que entra pela janela do estúdio<br />
(Jornal de Letras, 15).