Diálogos Transdisciplinares em Girl with a Pearl Earring: a Arte ...
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Mas ela mesma sabe que algo assim seria muito improvável. Ao contrário, quando<br />
Frans desaparece e ela questiona por ele a mulher que lhe abre a porta da fábrica,<br />
esta lhe responde: “Towards Rotterdan, they say. And then, who knows? Perhaps<br />
he’ll make his fortune on the seas, if he doesn’t die between the legs of some<br />
Rotterdam whore?” (211)<br />
Um dos riscos da narração autodiegética a qual aludimos anteriormente, que<br />
implica que o narrador-autor apareça debaixo do disfarce de protagonista,<br />
manifestando-se uma simbiose autora-narradora-protagonista. Assistimos a este<br />
fenômeno, por ex<strong>em</strong>plo, quando se coloca na boca da protagonista um juízo<br />
profissional inadequado a sua caracterização: “(...) I made a few adjustments to<br />
the lines of the folds, then stepped back. It echoed the shape of Van Ruijven’s<br />
wife’s arm as she rested in on the table” (142). S<strong>em</strong> dúvida, não é a voz de Griet,<br />
mas sim a de Chevalier.<br />
3.5. Uma narrativa feita de Imagens<br />
Tracy Chevalier soube captar/capturar de um modo raro e preciso o universo<br />
intimista de Vermeer. Ao desfiar-lhe as múltiplas cores, cambiantes, tons, tintas<br />
lavadas e coadas de que o livro é feito, na habilidosa mistura com a escrita.<br />
Abordag<strong>em</strong> das <strong>em</strong>oções continuadamente prometidas e s<strong>em</strong>pre adiadas, da<br />
entrega a uma sensualidade permanent<strong>em</strong>ente suspensa mais tátil. Mostrando-se e<br />
recusando-se, jogando com as palavras e com as imagens, que se enovelam e<br />
acrescentam. O romance de Chevalier pretende traduzir <strong>em</strong> palavras o mundo<br />
pictórico de Vermeer, através de descrições de forte sugestão visual e simbólica,<br />
ao descortinar as preferências do autor e tentar perceber o fio condutor da sua<br />
produção artística. Deborah H. Cibelli, PhD <strong>em</strong> história da arte, <strong>em</strong> seu artigo<br />
para The Journal of Popular Culture, declara: