Diálogos Transdisciplinares em Girl with a Pearl Earring: a Arte ...
Diálogos Transdisciplinares em Girl with a Pearl Earring: a Arte ...
Diálogos Transdisciplinares em Girl with a Pearl Earring: a Arte ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Pretende assim ressaltar a <strong>em</strong>ancipação da pintura de seu domínio neo-clássico, o<br />
modelo escultórico, renovado e fortalecido através do Laocoön, ao mesmo t<strong>em</strong>po<br />
que explica a diferenciação inter-artística. No que ele mesmo define como uma<br />
“apologia histórica da arte abstrata” (Ibid<strong>em</strong>, 37), Greenberg realça a importância<br />
do espaço plano e a abstração pura da vanguarda pictórica do primeiro quarto do<br />
século XX para impedir a confusão entre pintura e escultura, predominante no<br />
Ocidente desde que a arte bizantina ambicionou as dobras e as profundidades<br />
estatuárias.<br />
Greenberg considera que os efeitos do naturalismo que levaram à eliminação da<br />
heg<strong>em</strong>onia da literatura sobre a pintura, são comparáveis aos do cubismo e a da<br />
abstração cont<strong>em</strong>porânea no que concerne à separação entre pintura e escultura.<br />
Estes movimentos estabelec<strong>em</strong> uma diferenciação entre distintos campos das artes<br />
plásticas s<strong>em</strong> precedentes na história da cultura (Ibid<strong>em</strong>, 32). A “pintura pura” de<br />
Pablo Picasso, que Paul Éluard qualifica:<br />
D’étranges jarres sans liquide [...]<br />
Inutil<strong>em</strong>ent faites pour des rapports simples,<br />
o “monismo naturalista” de Jackson Pollock (Ibid<strong>em</strong>, 157), transformado nos<br />
versos cont<strong>em</strong>porâneos de Nancy Sullivan <strong>em</strong> Number 1 by Jackson Pollock<br />
(1948):<br />
Trinckles and Valleys of Paint [...]<br />
No similes here. Nothing<br />
But paint. Such purity (…); (www.english.<strong>em</strong>ory.edu/Paintings&Po<strong>em</strong>s)<br />
Todos esses herdeiros de Cézanne a qu<strong>em</strong> Corot e Coubert, considerado por<br />
Greenberg, nas palavras de Antônio Feijó “como o primeiro pintor moderno,<br />
[por] que tentou reduzir a sua pintura à transcrição dos dados imediatos dos<br />
sentidos, como se o olhar fosse uma ‘máquina não ajudada pela mente’” (Feijo:<br />
1995, 273), haviam aberto a visão de um plano “sobrenatural” da realidade,<br />
permit<strong>em</strong> sustentar a conclusão de Greenberg <strong>em</strong> Towards a Newer Laocoön: